7 livros de contos para ler antes de mandar seu texto para a Pulp Fiction

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Selecionamos sete livros de contos que achamos essenciais para quem quer publicar um conto na Pulp Fiction

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A revista Pulp Fiction foi criada com um objetivo bem simples: publicar contos de jovens autores brasileiros que tenham bons enredos. A ideia surgiu ao notarmos a falta de espaço para este público. Tentamos preencher essa lacuna. Claro, temos nossos valores subjetivos sobre o que é um bom conto, um bom enredo e todas as outras áreas que podem ser avaliadas numa narrativa breve.

Para tanto, decidi escolher sete livros de contos que me são essenciais de alguma forma e, consequentemente, me ajudam a tomar decisões na hora de ver quem fica na edição da revista – e se falo decidi, é porque esta lista se refere à minha visão do que seria um bom conto para a Pulp Fiction, não a do Vilto Reis (que um dia, quem sabe, vai fazer a lista dele também).

Por favor, é uma lista puramente pessoal e bem passível de discussão. Ela não serve como caga-regra ou um obrigação a nada. Fica apenas como dica para entender o modelo (ou não) de um bom conto que a pessoa que lê a maior parte dos contos enviados à Pulp Fiction tem.

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Vidas Secas, Graciliano Ramos

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Seus contos são assustadoramente precisos no que propõem. A linguagem enxuta, a objetividade que nunca atrapalha a apresentação dos sentimentos dos personagens inclusive da cadela Baleia. Graciliano criou grandes tramas que ao mesmo tempo dão espaço às pequenas minúcias da vida.

Putas assassinas, Roberto Bolaño

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Bolaño não tinha a mínima ideia do que fazia ao criar suas histórias. Tendo dito isso, pode-se dizer que este fato foi o que levou a criar contos tão diversos, criativos, densos, engraçados, surpreendentes. Histórias com atores pornográficos aposentados, jogadores de futebol, um alter-ego perambulando pela Bélgica etc. Um sem fim de possibilidades nascidas de pontos improváveis.

A dama do cachorrinho e outras histórias, Anton Tchekhov

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Tchekhov foi o mestre do conto moderno. O conto psicológico do autor russo sempre nos traz à tona o adultério, ganância, sofrimento, decadência, mesquinhez, solidão, enfim, toda gama de sentimentos humanos imagináveis. Original, acessível e profundo, Tchekhov entendia da psique humana como poucos.

Chão em chamas, Juan Rulfo

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Não vou empreender a missão suicida de descrever o que acontece nos contos de Chão em Chamas, de Juan Rulfo. Não é só realismo mágico, não é uma belíssima descrição das paisagens e da população de Jalisco, México, não é uma denúncia social da pobreza, das suas origens e consequências, muito menos um extraordinário livro no qual tudo parece estar no seu lugar de forma espontânea.

Will you please be quiet, please?, Raymond Carver

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Um Tchekhov moderno que arrancava suas histórias da classe média americana. Tudo nesse mundo tinha potencial para ser um grande enredo, ter um ambiente ora triste, ora cômico, ora duro, todos eram grandes personagens, complexos e contraditórios. Raymond Carver escrevia de forma tão concisa que nenhuma palavra lhe parecia escapar. Suas tramas e tudo mais, idem.

 

Fabulário geral do delírio cotidiano, Charles Bukowski

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A chance da maioria dos contos dar errado na maioria dos livros de Bukowski é imensa: linguagem meio solta, contexto um tanto pobre (literalmente), escritor altamente embriagado. Mesmo assim, ele conseguia extrair um fio de vida e beleza sobre o cotidiano, a vida, as questões essenciais da vida e, claro, como no fim tudo pode dar errado.

 

Homens sem mulheres, Haruki Murakami

Homens sem mulheres (Alfaguara, 2015)

Conhecido por seus bizarros e longos romances, Murakami também tem longos e bizarros contos. Tudo que há naqueles se mantêm nesses: os personagens solitários que se conhecem durante o enredo, plots improváveis e bizarros, o cotidiano, jazz, descrições aconchegantes que envolvem o leitor. Murakami sabe dosar temas caros a todas as eras e escritores sem perder o seu tom pessoal de abordá-los.

 

Bônus

Os cem melhores contos brasileiros do século, organizador Italo Moriconi

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Há de tudo nessa seleção de contos. É praticamente impossível não encontrar alguma forma de conto nessa respectiva de cem anos focada em autores nacionais. Se você não conhece a narrativa curta brasileira, eis um bom e grande começo.

 

Adultérios, Woody Allen

Certo, este não é um livro de contos, mas de peças curtas escritas pelo diretor Woody Allen. No entanto, como nossa próxima edição será baseada nele, não seria nada mal conhecê-lo além do cinema. Tudo está aqui: as tramas, os diálogos, as ideias, as piadas. Até os mais chatos não passariam por este volume sem dar ao menos uma boa risada – e criar uma dúzia de neuroses.

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