As 10 melhores adaptações literárias no cinema

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As 10 melhores adaptações literárias no cinema

10 adaptações cinematográficas que são melhores que as obras originais

O cinema busca histórias em muitos lugares, principalmente na literatura. O tópico é controverso e há quem diga que o livro nunca pode ser superado pelo filme. Será verdade?

Escolhemos dez filmes que são reconhecidamente considerados melhores que seus originais. As adaptações foram escolhidas segundo seu sucesso no cinema, relevância da obra original dentro da literatura e repercussão para além da época de ambas as obras – e, claro, gosto pessoal.

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Clube da Luta

O livro de Chuck Palahniuk segue a vida do narrador, seu encontro com Tyler Durden e as mudanças que o encontro gera. O romance, de frases curtas e sem adjetivos, é maravilhoso. David Fincher, no entanto, conseguiu potencializar a narrativa e suas ideias – inclusive mudando o fim da obra. Fincher transformou um livro brilhante num filme dinâmico no qual consegue com primazia superar uma obra. Uma das adaptações mais amadas pelo público – inclusive o autor.

Um Sonho de Liberdade

Baseado numa novela de Stephen King (Shawshank Redemption), o filme segue a história Andy Dufresne, banqueiro acusado injustamente de ter matado sua esposa e o amante. Na prisão, seu caminho cruza com o de Red, um antigo preso. Tocante, a história é um dos trabalhos em que King, rei do suspense e do terror, consegue nos sensibilizar em sentimentos profundos, como injustiça. O diretor da adaptação, no entanto, conseguiu dar mais vivacidade ao drama. As atuações de Tim Robbins, como Dufresne, e Morgan Freeman, como Red, dão um ânimo a mais. Inclusive é uma das poucas adaptações que Stephen King gosta.

Psicose

Obra-prima de Alfred Hitchcock, o filme é baseado no romance de Robert Bloch – e este, por sua vez, tem origem em Ed Gein, um fazendeiro do estado de Wisconsin que matava seres humanos e fazia objetos com suas peles. Hitchcock pôs seu brilho e fez jus ao título de mestre do suspense acrescentando complexidade de imagens. A famosa trilha de Bernard Herrmann – e seu trecho icônico da cena do chuveiro – são um triunfo a mais que eclipsam o romance.

Rashomon

Baseado nos contos Rashomon e Dentro do bosque, de Ryunosuke Akutagawa, o filme acompanha um sacerdote e um homem abrigados da chuva num portal (o rashomon). Enquanto esperam o tempo melhorar, são narradas várias versões de um mesmo crime. Akira Kurosawa, ao juntar as duas narrativas de Akutagawa, conseguiu potencializar os questionamentos propostos por Akutagawa. As belas imagens – inclusive as filmagens, inéditas, diretas do sol – constroem uma narrativa que é, ao mesmo tempo, fiel ao original e inovadora, além de uma das adaptações mais desafiadoras do cinema por juntar duas obras distintas.

Onde os Fracos Não Têm Vez

Cormac McCarthy criou uma narrativa detetivesca em meio ao deserto texano com toques de faroeste. Já os irmãos Cohen transformaram uma narrativa por vezes truncada em um clássico moderno ganhador de vários Oscars. A atuação de Javier Barden como Anton Chigurh, um assassino psicopata atípico, faz com que o antagonista transcenda sua força original do romance de McCarthy – que já era indiscutivelmente ótima. Uma das adaptações mais aclamadas do cinema contemporâneo.

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O Sol é Para Todos

Harper Lee, amiga de Truman Capote, escreveu uma obra forte sobre racismo no momento em que a tensão entre negros e brancos nos Estados Unidos estava no auge. Acompanhando o julgamento de um negro injustamente acusado no Alabama. O filme, feito poucos anos depois e ainda em meio ao turbilhão racial, mantém a força do original e fez com que o grande público tivesse acesso à essa grande narrativa sobre injustiça e preconceito. Uma das adaptações literárias mais fidedignas ao original – o que não significou uma obra inferior ou tediosa.

Cidade de Deus

O romance de Paulo Lins foi o primeiro a mostrar a complexidade e a evolução das favelas cariocas, a ascensão do crime organizado, suas batalhas e a fazer um retrato dessas comunidades a partir de dentro das próprias. Fernando Meirelles, numa das melhores adaptações nacionais, captou a força do original, enxugando as descrições por vezes cansativas do autor, criando um clássico moderno sobre crime, luta e a realidade pobre do Brasil. A trilha sonora, que acompanha o passar dos anos no filme, ajuda a aproximar o espectador dessa história complexa e animadora.

Apocalypse Now

Uma das adaptações mais interessantes do cinema. Francis Ford Coppola usou como base o clássico colonialista de Joseph Conrad, O coração em trevas, mudando o cenário da África colonial para o Vietnã durante a guerra contra os Estados Unidos. É difícil acreditar que Coppola conseguiu superar essa obra-prima sobre o lado obscuro da humanidade, mas o pano de fundo da guerra e as atuações de Marlon Brando, Robert Durvall e Martin Sheen ajudaram a criar esse que é considerado um dos maiores filmes de guerra de todos os tempos.

O Iluminado

https://www.youtube.com/watch?v=csxJ9vXnNCI

Outra obra de Stephen King, o rei das adaptações literárias para o cinema. Stanley Kubrick tornou o romance de King num clássico do cinema. Alterando o original, além de enfurecer o autor, Kubrick, acostumado a trabalhar com obras literárias e transportá-las às telas, criou uma obra complexa, superior em tensão e beleza – para o ódio de King. Uma adaptação digna de Stanley Kubrick.

O Poderoso Chefão

O romance de Mario Puzo acompanha os negócios da família Corleone e de seu comandante, Don Vito Corleone, um homem de estratégia e paciência. O próprio Puzo ajudou Francis Ford Coppola a escrever os roteiros de todos os filmes que se tornariam clássicos do cinema. Os dois primeiros filmes da franquia seguem quase na íntegra o romance de Puzo, sendo adaptações perfeitas e vibrantes, enquanto o terceiro é uma criação original da dupla. Coppola desenvolveu a personalidade complexa de Vito Corleone nas telas ao ponto de torná-los um ícone da cultura popular. As atuações de Marlon Brando, Al Pacino, Robert Durvall, Diane Keaton e Robert De Niro são um capítulo à parte.

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