Cinema + Literatura: Quem eu quero ser quando eu crescer

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Eu amo ser professora. Dou 40 aulas por semana de Português em duas escolas de Campinas, em São Paulo. Tenho outras 20 horas presenciais na faculdade. Não ganho uma fortuna e fecho o mês bem, mas nunca com folga absurda. Mas, mais do que isso, o que me motiva dar aula são os livros. Acho, inclusive, que gosto de dar aula para viver grandes clubes de leitura com meus alunos e acompanhar a reação deles a cada capítulo. E duas inspirações que tenho como professores são, exatamente, de figuras do cinema inspiradas em “professores-traças-de-biblioteca”: Professor John Keating e William Hundert.

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John Keating e o poder das palavras

Em Sociedade dos poetas mortos, Robin Williams deu vida a um dos professores mais carismáticos e amados do cinema: agradável, engraçado e pouco preso a rígidas instruções. Mais do que isso, pode oferecer aos seus alunos o direito de pensar por si próprios e estabeleceu com eles um relacionamento baseado na confiança e na honestidade.

Na primeira vez que eu assisti, quis ter aula com ele. Anos depois, já dando aula, descobri que era esse tipo de professor que eu queria ser. Alguém que acredita que é através das ideias que se pode mudar o mundo. E é um dos meus lemas diários com todos os meus alunos, sempre.

William Hundert – “o caráter de um homem é seu destino” e conflitos de confiança

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Menos famoso e mais sério, o prof. de História Antiga, William Hundert, do filme O Clube do Imperador, conquista os alunos esbanjando conhecimento. Até que, no meio do caminho, já diria Drummond, tinha uma pedra: um aluno rebelde. Determinado a mudá-lo, Hundert dá inúmeros votos de confiança, esquecendo-se da máxima que o guiava: o caráter de um homem é seu destino.

Sedgewick, o aluno, e Hundert travam conflitos enormes de confiança até o final, mostrando que o professor tem limites na mudança que pode provocar nos alunos e que o processo final nem sempre é bem-sucedido. Um choque de realidade necessário a uma mente idealizadora como a minha.

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Para mim, o que fica do que quero ser quando for uma professora experiente é que quero sempre poder acreditar que as pessoas, coisas, cidades e mundos podem mudar través do conhecimento. Tai: esta é a minha causa.

Que tal ler um livro, então?

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