Conto: Miss Defunto Universo

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Ilustração de Diogo Maia Caetano

Até os bebes recém-nascidos tinham ereção ao vê-la. Um dia, ela parou de beber água de coco e morreu. Pessoas que frequentavam seu velório diziam que ela era tão bela, mas tão bela, que podia concorrer à Miss Defunto Universo.

Inscreveram-na no concurso.  Ela conseguiu ficar entre as finalistas. Concorriam esta velha bonita, um cadáver do Chile e a Branca de Neve. Logo Branca de Neve foi desclassificada ao dar um chute no saco de um jurado que a beijou por ter se apaixonado por ela, fazendo com que acordasse do seu sono profundo e perdendo dez pontos na modalidade estatua.

A velha defunta bonita estava muito feliz por estar na final. Seu discurso foi psicografado por uma mulher (visando dar um ar mais realista para a fala). Porém, a psicografia durou quase vinte minutos, devido a problemas na conexão com o mundo espírita.

No momento final, quando a velha bonita receberia enfim a coroa de Miss Defunto Universo, seu pescoço apodreceu fazendo sua cabeça rolar escada abaixo. Desta forma, ela não pode receber o premio, tornando o Chile Bicampeão do Miss Defunto Universo.

 

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