Cultura-mundo e cultura brasileira na literatura

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Introdução

Este ensaio tem como objetivo relacionar conceitos relativos às culturas mundial e brasileira com a literatura em geral. Para tal, serão analisadas algumas obras (entre romances, poemas, crônicas e contos) cujos conteúdos podem exemplificar o contexto em que se encontra a sociedade contemporânea.

A literatura tem grande importância para o estudo de épocas históricas e sociedades como um todo. Por meio de obras ficcionais, retratam-se elementos culturais e sociais que influenciam o trabalho de historiadores e antropólogos. É possível observar pelos personagens e cenários as características de lugares, personalidades marcantes e as mudanças que ocorrem através dos tempos, comparando-se textos e realidades.

Literatura Mundializada

murilo mendes
Murilo Mendes

Uma das características mais marcantes da pós-modernidade é o diálogo que as culturas mantêm entre si. Não existe mais uma heterogeneidade, os elementos nacionais e estrangeiros confundem-se, ficando difícil definir que costumes são “importados” e quais são “originais”. Inicialmente, isso era visto como algo negativo, pois poderia representar a perda da identidade nacional. Murilo Mendes criou, em 1930, uma paródia do poema Canção do Exílio, que representa bem a “invasão” da cultura estrangeira no Brasil. Alguns trechos do poema nos quais essa crítica pode ser percebida são:

 

 

“Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
[…]

Eu morro sufocado
em terra estrangeira
.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de
[ verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!”

chico buarque
Chico Buarque lendo seu livro “Budapeste”.

Na contemporaneidade, o processo da globalização é visto como algo natural, já assimilado à cultura mundial, e que possui lados positivos e
negativos. Em Budapeste, de 2003, o protagonista criado por Chico Buarque é um ghost-writer que viaja constantemente e tem contato com várias culturas e idiomas, o que é um fator importante para sua carreira. Essa possibilidade de interagir com diversas realidades, quase ao mesmo tempo, aprender outras línguas, relacionar-se com habitantes de lugares distantes (José Costa também se apaixona pela húngara Krista e passa a assumir simbolicamente a identidade de Zsoze Kósta) só é possível com a mundialização. Na passagem destacada, é possível observar elementos de diferentes nacionalidades num mesmo quadro:

“Fui dar em Budapeste gra­ças a um pouso impre­visto, quando voava de Istambul a Frankfurt, com cone­xão para o Rio. […] No entanto, espi­ando por alto o tele­jor­nal da meia-noite, eu já me intri­gara ao reco­nhe­cer o avião da com­pa­nhia alemã parado na pista do aero­porto local. Aumentei o volume, mas a locu­ção era em hún­garo, única lín­gua do mundo que, segundo as más lín­guas, o diabo res­peita. Apaguei a tevê, no Rio eram sete da noite, boa hora para tele­fo­nar para casa […]”

Entretanto, esse cidadão cosmopolita também corre o risco de não se sentir pertencente a nenhum lugar de fato. Torna-se mais um elemento da cultura-mundo, adquire vivências, mas não chega a produzir lembranças e guardá-las como parte do que o define:

“Mas fiquei com o zil na cabeça, é uma boa pala­vra, zil, muito melhor que cam­pai­nha. Eu logo a esque­ce­ria, como esque­cera os hai­cais deco­ra­dos no Japão, os pro­vér­bios árabes, o Otchi Tchiornie que can­tava em russo, de cada país eu levo assim uma graça, um suve­nir volá­til. Tenho esse ouvido infan­til que pega e larga as lín­guas com faci­li­dade, se per­se­ve­rasse pode­ria apren­der o grego, o core­ano, até o vas­conço.”

Literatura Líquida

Como a literatura acompanha a História, seus estilos e conteúdos também se modificam e se renovam ao longo do tempo. Na época anterior à revolução industrial, utilizava-se uma linguagem mais adornada, narrativas mais longas, espaços geralmente mais limitados e a noção de tempo era mais lenta. Na contemporaneidade, predomina a construção de cenas mais dinâmicas e já se admite uma linguagem mais simples, refletindo a praticidade trazida pela tecnologia. Não que haja uma distinção assim tão clara, pois sempre é possível uma flexibilidade de estilos de escrita, mas são apenas tendências surgidas com o tempo.

Em um dos romances escritos por José de Alencar, Cinco Minutos, de 1856, um exemplo de como o cotidiano parecia passar de uma forma mais vagarosa encontra-se em:

            “No dia seguinte, embarquei na Prainha e fiz essa viagem da baía, tão pitoresca, tão agradável e ainda tão pouco apreciada.

Mas então a majestade dessas montanhas de granito, a poesia deste vasto seio de mar, sempre alisado como um espelho, os grupos de ilhotas graciosas que bordam a baía, nada disso me preocupava.

Só tinha uma ideia… chegar; e o vapor caminhava menos rápido do que meu pensamento.”

Júlio Verne
Júlio Verne

Já o francês Júlio Verne, em 1873, possuía uma visão avançada em relação aos progressos tecnológicos. Em seu clássico “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, o protagonista Fogg é considerado louco por seu projeto de dar a volta ao mundo em apenas oitenta dias. Ele calcula metodicamente as distâncias, os meios de transporte, o custo financeiro e o tempo que gastaria na viagem e, para surpresa de todos, consegue completar o desafio. O personagem principal e seus acompanhantes embarcam em navios, tomam trens e utilizam-se até de um elefante como meio de locomoção. No entanto, ainda existiam limitações de transporte, o que fazia com que as distâncias parecessem maiores. As dificuldades da viagem podem ser percebidas no trecho:

 

 

“Fíleas Fogg olhou para Francis Cromaty, que parecia não compreender aquela parada em meio a uma floresta de tamarindeiras.

Fura-Vidas, não menos surpreso, apeou-se do vagão e voltou no mesmo instante, exclamando:

– Senhor, não há mais trilhos!

– O que quer dizer com isso? Perguntou o general.

– Quer dizer que o trem não continua a andar.

[…]

– Decerto. A estrada não está acabada…

– Como! Não está acabada?

– Não! Há ainda oitenta quilômetros de trilhos a estender entre este ponto e Allahabad, onde a estrada continua.”

Na obra da autora contemporânea Ana Maria Machado, A Audácia dessa Mulher, de 1999, é possível observar a transitoriedade do tempo e do espaço durante duas diferentes épocas. No livro, a protagonista é uma mulher atual, que, ao mesmo tempo em que usufrui a liberdade da vida moderna e sofre a pressão de uma rotina árdua, está também ligada a conceitos e desejos antigos. Para tanto, ela se utiliza de recursos literários, citando alguns grandes autores:

“– Henry James! […] ele era americano, viveu na Inglaterra. Mas viajou muitíssimo pela Europa, desde pequeno, e viu como ninguém as diferenças de um lado do Atlântico para outro… Além disso, tem alguma coisa única que ele consegue captar, digamos assim, na alma ou no psiquismo desses viajantes, um certo individualismo muito interessante que estava nascendo. Uma marca da época. […] James tinha sempre um olhar atento para os contrastes entre os velhos valores e os novos comportamentos – que ficavam muito evidentes nesses ambientes de viagem, quando se reuniam pessoas de origens diferentes…”

 

Hiperliteratura

Celito Medeiros
Celito Medeiros

Sem temer o exagero, pode-se afirmar que o mundo contemporâneo é marcado pelo prefixo hiper: hipercapitalismo, hiperconsumismo, hiperindividualismo, hipertecnização e, por que não dizer, hiperliteratura. Valoriza-se cada vez mais o produto e cada vez menos a identidade; ter passa a ser sinônimo de ser.

Um exemplo nítido dessa concepção atual encontra-se no campo da moda, que impõe as tendências, escraviza os desejos e, com isso, restringe a liberdade de escolha. A instabilidade da moda reflete a cultura do imediatismo, do “aqui e agora”. Essas características estão presentes, por exemplo, no poema de Celito Medeiros:

“A moda

À moda antiga
À moda da casa
À moda bandida
À moda que arrasa

A moda que compra
A moda que vende
A moda que veste
A moda que vive

Aquela que foi
Aquela que vem

Aquela que existe
Aquela que virá

Assim é ditada
Agora na moda
Até incomoda
A quem não usar

Luis Fernando Veríssimo também aborda o tema em uma de suas crônicas, Buddha Bar, de uma forma irônica e crítica:

“Os lugares da moda costumam estar cheios de pessoas que querem ver quem está lá e tiram o lugar de quem estaria lá para ser visto. O serviço geralmente é ruim e a comida, se existir, é só passatempo. E se o lugar está na moda é porque já passou da moda. Isto é, as pessoas que o transformaram em moda já pararam de ir.”

Lugares e Não-Lugares Literários

james joyce
James Joyce

A literatura está repleta de lugares (modernidade) e não-lugares (supermodernidade). Quando há a combinação do passado com o presente, a construção de identidades em grupos sociais, formam-se os lugares.

Em Dublinenses, de 1913, James Joyce permite que observemos, por um tempo determinado, diferentes pessoas e situações da vida cotidiana, cujo único fato em comum é o de viverem em Dublin, na Irlanda. O autor descreve, em um dos capítulos, a casa em que morava, que remete ao conceito de lugar:

 

“O antigo inquilino de nossa casa, um sacerdote, havia morrido na sala dos fundos. Nos cômodos longamente fechados flutuava um odor de mofo e o quarto de despejo, atrás da cozinha, estava abarrotado de papéis velhos. […] O quintal abandonado, atrás da casa tinha no centro uma macieira e alguns arbustos esparsos, sob um dos quais encontrei a bomba enferrujada da bicicleta do antigo morador.”

Quanto aos não-lugares, refletem a mobilidade da época atual, servem apenas como ligações entre lugares. Vive-se o presente perpétuo, tempo do individualismo e da solidão, do isolamento no meio da multidão. Ainda em Buddah Bar, o já referido texto, expõem-se esses elementos:

“Conseguiram me levar ao Buddha Bar. Me convenceram que eu não podia deixar de ir ao Buddha Bar. Que eu seria apontado na rua como o homem que, estando em Paris com meios e noites livres, não foi ao Buddha Bar. Mães me usariam como exemplo, para os filhos, de negligência turística e preconceito, e dos males do desânimo social. Eu não poderia dizer que tinha conhecido o mundo e passado pelo milênio sem uma visita, pelo menos uma, ao Buddha Bar. Devia aquilo à minha biografia. Fomos ao Buddha Bar.

[…]

As celebridades visíveis do Buddha Bar naquela noite estavam à nossa mesa, a Danuza e o Xexéo.”

Raízes da Literatura Brasileira

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Lima Barreto
Um conflito existente desde a Antiguidade é o de Estado burocrático, no qual as leis são iguais para todos e devem ser rigidamente cumpridas, e o Estado patrimonialista, em que a hierarquia é estabelecida pelas relações pessoais. Na tragédia grega escrita por Sófocles, Antígona, esse debate aparece por meio dos personagens Antígona e Creonte. A protagonista deseja enterrar seu irmão que morreu em um combate contra a cidade de Tebas, porém, seu tio, o soberano Creonte, impõe uma lei proibindo o sepultamento do inimigo. Antígona transgride essa ordem, é presa e tem como punição ser enterrada viva.

Reportando-se ao contexto nacional, são percebidos elementos intrínsecos ao comportamento do cidadão brasileiro em geral, como a cordialidade. Esta estaria relacionada à dificuldade de cumprir ritos sociais, formais e não afetivos. Na sociedade brasileira, há uma ampliação do círculo familiar para as demais esferas e o privado muitas vezes ganha mais importância do que o público.

O autor brasileiro Lima Barreto escreveu obras em que aparece essa realidade de um julgamento tendencioso. Em seu romance Clara dos Anjos, o personagem Cassi é descrito como o verdadeiro exemplo de malandragem:

Nunca suportara um emprego, e a deficiência de sua instrução impedia-o que obtivesse um de acordo com as pretensões de muita cousa que herdara da mãe: além disso, devido à sua educação solta, era incapaz para o trabalho assíduo, seguido, incapacidade que, agora, roçava pela moléstia. A mórbida ternura da mãe por ele, a que não eram estranhas as suas vaidades pessoais, junto à indiferença desdenhosa do pai, com o tempo, fizeram de Cassi o tipo mais completo de vagabundo doméstico que se possa imaginar, é um tipo bem brasileiro.

Nenhuma consideração de amizade, de respeito pela dor dos outros, pela desgraça dos semelhantes, de ditame moral o detinha, quando procurava uma satisfação qualquer.”

Sabe de quem está lendo?

Outra característica do comportamento brasileiro é o uso frequente da autoridade como abuso do poder, em diversas situações cotidianas. Parar marcar o distanciamento social, são utilizadas expressões recorrentes como “Sabe com quem está falando?”, “Quem você pensa que é?”, dentre outras.

No conto A Teoria do Medalhão, de Machado de Assis, há um diálogo entre pai e filho que traduz fielmente essa questão. O desejo do pai é induzir o filho, que acaba de atingir a maioridade, a tornar-se uma pessoa influente na sociedade (um medalhão), nem que para isso precise anular-se como indivíduo. O medalhão representa o sucesso a qualquer custo, mascarando para si mesmo a própria identidade e exibindo para o outro uma falsa exuberância. A ironia consiste no fato de que seria mais importante representar um papel social do que cultivar suas próprias ideias e interesses. Isso pode ser especificado no trecho:

“Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. […] Mas qualquer que seja a profissão da tua escolha, o meu desejo é que te faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te levantes acima da obscuridade comum.

[…]

Uma vez entrado na carreira, deves pôr todo o cuidado nas idéias que houveres de nutrir para uso alheio e próprio. […] O mesmo se dá com as idéias; pode-se, com violência, abafá-las, escondê-las até à morte; mas nem essa habilidade é comum, nem tão constante esforço conviria ao exercício da vida.”

Obscenidades Literárias

Gustave
Gustave Flaubert

Um dos assuntos que inspira muitas obras literárias e também permeia a imaginação coletiva diz respeito às questões emocionais e de relacionamentos humanos. Sob a ótica feminina, é possível perceber que houve mudanças nos papéis exercidos pela mulher na sociedade, que já pode trabalhar, exercer funções de chefia, porém esta continua atrelada a certos valores impostos desde épocas mais remotas, como casar-se e ter filhos.

No romance de 1857, Madame Bovary, criado pelo autor francês Gustave Flaubert, a personagem Emma é uma pequena-burguesa que vivencia um casamento entediante e sonha com o ideal romântico, esperando alcançá-lo com seus amantes. Com isso, ela almeja também obter uma liberdade que não era concedida às mulheres da época. No trecho abaixo, é perceptível a dualidade causada por suas fantasias em contraponto à vida doméstica levada pela protagonista:

 

“Emma, às vezes, colocava-lhe dentro do colete a orla vermelha de suas mágoas, arrumava-lhe a gravata ou punha de lado as luvas que ele ia vestir […]

No fundo da alma, todavia, esperava um acontecimento. Como os marinheiros angustiados, lançava sobre a solidão de sua vida olhos desesperados, procurando ao longo alguma vela branca nas brumas do horizonte.”

Em relação à repressão sexual vivida por séculos pelas mulheres, muitas vezes a literatura, acompanhando o processo de transformação social, utiliza-se de fantasias eróticas como uma fuga da realidade opressora. No conto Obscenidades para uma dona de casa, de Ignácio de Loyola Brandão, escrito na década de1980, a personagem transita entre seu cotidiano doméstico enfadonho e o desejo de ter uma vida sem limites. Ela cria uma realidade paralela onde é dona da situação, a “moralidade” passa a ser questionável e ao mesmo tempo há a possibilidade de libertação, de experimentar coisas novas. Na passagem abaixo, a dona de casa ainda introjeta os valores tradicionais a que foi submetida:

“Ela não gostava de coisas fora do normal, instituiu sua vida dentro de um esquema nunca desobedecido, pautara o cotidiano dentro da rotina sem sobressaltos. Senão, seria muito difícil viver.”

Já no trecho a seguir, a personagem pensa em abrir mão de toda a vida constituída por ela para atender aos delírios e devaneios de sua mente em estágio de liberação:

“É dele mesmo, o meu querido correspondente. Confesso, o meu pavor é me sentir apaixonada por esse homem que escreve cruamente. Querer sumir, fugir com ele. Se aparecer não vou aguentar, […] Desço correndo, nem faço as malas, nem deixo bilhete. Vamos embora, levando uma garrafa de champanhe, vamos para as festas que ele conhece. Fico louca, nem sei o que digo, tudo delírio, […]”

A diferença entre os dois textos é que, no caso de Emma Bovary, os amantes são reais, e a protagonista do conto idealiza um amante através de cartas que ela escreve e endereça a si mesma. O ponto em comum é que as duas mulheres usam o mesmo subterfúgio.

Conclusão

A literatura observa e define o homem ao longo do tempo, registra sua capacidade de lidar com as mudanças, regras sociais, relacionamentos, noções de tempo e espaço, enfim, tudo o que é inerente à vivência humana. Tabus são quebrados, regras são transgredidas, alguns costumes permanecem e outros se modificam. Tudo isso colabora para a perpetuação das culturas.

“Os livros continuam uns aos outros, apesar de nosso hábito de julgá-los separadamente.” (Virginia Woolf)

 

Referências Bibliográficas

ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 2003.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A cultura-mundo, respostas a uma sociedade desorientada. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo, Cia das Letras, 1999.

DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandras e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Obscenidades para uma dona-de-casa. In: Os Melhores Contos de Ignácio de Loyola Brandão, seleção de Deonísio da Silva. São Paulo: Global Editora, 1997.

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