Livros “bons” e “ruins”, a hierarquia literária

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O leitor muda ao longo dos anos, é importante ler sobre tudo, não ficar preso apenas em um tipo de livro.

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Cada vez que alguém tenta debater sobre a relação entre livros “bons” e “ruins”, surge uma grande discussão. Será que realmente existe esta hierarquia literária ou apenas a forma de interpretá-los influencia este quesito?

Existem alguns pontos fundamentalmente importantes que devem ser levados em consideração na escolha de um livro, e consequentemente seu maior rendimento literário, seja em relação a sua vida pessoal ou profissional.

Nos últimos tempos, apesar dos empecilhos que a literatura brasileira enfrenta, seja em relação a preços ou a divulgação, alguns tipos de livros estão se espalhando pelo país e pelo mundo, principalmente pelos jovens.  O que se percebe em relação a estes livros vem desde sua interpretação, forma de ingressá-lo dentro da própria vida, e abrange alguns pontos muitas vezes falhos na construção de personagens, enredo e desfecho.

A superficialidade presente nos personagens de livros como os de Sidney Sheldon, por exemplo, é flagrante, principalmente por não serem tão palpáveis como os de escritores considerados de alto nível, criando falsos padrões de perfeição humana, utilizados constantemente pelas pessoas como forma de “sair do mundo real, porque o imaginário é melhor.”

Realmente a imaginação é importantíssima para o desenvolvimento da criatividade, mas, para utilizar-se destes padrões o escritor precisa ter o que podemos chamar de “mitologia literária”, que seria toda a construção da obra, bem coesa. A lógica tem como base a imaginação. A ficção fantástica, por exemplo, não consiste apenas na criação de seres que aguçam nossa capacidade imaginativa sem nenhuma base. É preciso criar um mundo, personagens profundos: sem estas características é impossível se trabalhar em um livro, eles são escritos com base em conhecimentos prévios dos assuntos levantados na história.

Esse tipo de livro pode sim prender a leitura, gerar uma sessão de entretenimento e talvez acrescentar algo mais importante dependendo da vida do leitor e sua interpretação.

O tipo de escolha de um livro também depende do leitor, de seu momento. O leitor muda ao longo dos anos, é importante ler sobre tudo, não ficar preso apenas em um tipo de livro. Pode parecer impossível, mas, comparar histórias e autores diferentes que tratam do mesmo assunto contribui na formação de um leitor mais crítico, passando a poder discutir melhor sobre o mundo a sua volta e chegar cada vez mais perto de conclusões mais sólidas e viáveis na própria vida em sociedade, em meio a tantas diferenças de pensamento.

Os livros de histórias românticas não devem ser vistos apenas como dicas de conquistas amorosas do horóscopo do jornal de domingo. Vale pensar: devemos enxergar a leitura apenas como uma utilidade social?

A leitura deve vir como algo natural, algo que passe a fazer parte da sua vida cotidiana. A partir do momento em que se descobre a paixão pela leitura cada pessoa passa a buscá-la de formas diferentes, descobrindo novos escritores e dando uma nova chance aos livros obrigatórios da literatura nacional que a professora do colégio exigia.

Comece a encontrar livros de seu interesse. Ao longo do tempo tente despertar sua vontade de ler o original de Romeu e julieta, não fique apenas no condensado — mas, tudo no seu tempo. Leia desde cartilhas distribuídas na rua até Dostoiévski. Não desista de um livro pela simples opinião de alguém, cada um cria sua própria ideia. Não tenha vergonha de dizer que não gosta de algo, mas, antes de formar uma opinião: busque, tente. Leia!

Deixe sua opinião nos comentários. Existe uma hierarquia literária? Qual é a melhor maneira de começar a ler?

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