O mês de agosto mais longo da história

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Este ano o mês de Agosto parece ter se prolongado mais que de costume, virou até motivo de associações bem humoradas nas redes sociais. Parece mesmo curiosa essa impressão de que agosto foi um mês mais longo, uma vez que Julho também tem 31 dias. Ao longo da história há fatos, lendas e crendices sobre o mês do Calendário Gregoriano. O nome Agosto foi dado pelos romanos em homenagem ao imperador Augusto, e como vaidade e inveja sempre estiveram presentes entre os homens, ele não quis ficar atrás de Julio César e fez questão que Agosto também tivesse 31 dias como o Julho de Julio. Já o Calendário Gregoriano foi criado na Europa do século XV, promulgado pelo Papa Gregório XIII e adotado por todos os países ocidentais.

Segundo o escritor Mário Souto Maior, a crença na fama de mês agourento herdamos dos colonizadores portugueses, pois no século 16, época das grandes navegações, era o mês em que as caravelas partiam. As mulheres não casavam com os navegadores durante agosto, porque além de não poderem desfrutar da Lua de Mel, poderiam passar rapidamente da condição de recém-casadas à de viúvas. Foi daí que surgiu a conhecida frase “agosto, mês do desgosto”. Também conhecido como “mês do cachorro louco” devido a maior proliferação do vírus da raiva durante esse período, o que mudou com a maior imunização dos animais. Na Argentina havia uma crença de que lavar a cabeça durante o mês de agosto chama a morte, e na África o dia 24 de agosto é conhecido como “dia em que o Diabo anda solto”.

Podemos destacar alguns fatos históricos que ocorreram no mundo, como o massacre de São Bartolomeu em 24 de agosto de 1572 em Paris, quando católicos incitados pelos reis da França que pretendiam manter a hegemonia de poder da igreja católica, atacaram os protestantes. O número de mortos foi estimado entre 5 e 30 mil. Em 14 de agosto de 1831 os poloneses foram derrotados pelos russos na Revolta de Varsóvia. Em 3 de agosto de 1932 Hitler assumiu o governo na Alemanha e já sabemos o que aconteceu depois. Foi também em agosto a maior tragédia já causada pelo homem e um dos maiores crimes da humanidade até hoje impune: a bomba de urânio foi lançada dia 6 de agosto de 1945 sobre Hiroshima e três dias depois, em 9 de agosto, em Nagazaki, matando de imediato pelo menos 78 mil pessoas, sem contar aquelas que morreram nos anos seguintes em consequência dos efeitos da bomba.

O Brasil ao longo da história também não escapou do agourento mês de agosto, um mês sinistro, em especial para seus presidentes da república. Um dos mais marcantes foi o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954. Jânio Quadros renunciou em 25 de agosto de 1961. Juscelino Kubitschek faleceu, já como ex-presidente, em um acidente de automóvel no dia 22 de agosto de 1976. Coincidência ou não, o dia 31 de agosto de 2016 ficará conhecido como o dia do desfecho de um processo que dividiu o país, e muito aguardado por todos, mas que seja como for serviu para escancarar a relação promíscua entre políticos, empresários, servidores públicos, em todas as esferas de poder, em toda a Federação, tristemente deterioradas e corroídas pela corrupção. Os procedimentos propiciaram alguns espetáculos grotescos de parlamentares, e até de juristas, chegando a ser chamados de “farsa tragicômica”, pantomina. Deve ter sido esse o motivo da sensação de um mês de agosto mais longo em 2016. Não se sabe como tudo passará para a história, mas parece que “agosto” ainda não terminou.

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