13 Livros assustadores para passar bem o feriado dos mortos

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Uma lista de obras imperdíveis para entrar no clima de Halloween e finados. 

Frankenstein, filme de 1931
Frankenstein, filme de 1931

O gênero terror, tanto na literatura, quanto no cinema e em outras artes, está geralmente ligado ao suspense, ao medo e ao mundo sobrenatural. São histórias que vêm também da cultura popular, perpetuadas pelos causos e narrativas orais. Essas histórias têm sempre o intuito de inquietar e causar medo nas pessoas, tanto por toda uma atmosfera de tensão, quanto por um encontro com as figuras mais temíveis do imaginário popular, passando pelo gótico, o estranho, o fantástico, entre outros.

Considerado por muitos como um gênero menor – apenas um derivado da literatura fantástica, estilo de melhor qualidade – a literatura de horror já conseguiu produzir muitas obras qualitativas ao longo da história da literatura, com escritores que se tornaram muito populares e que muito contribuíram para imaginário do gênero. Para celebrar o Halloween e entrar no clima, eis treze obras – número sugestivo ao maléfico na cultura popular – perfeitas para se ler no feriadão de finados.

 

1) Frankenstein (1818) – Mary Shelley

A história de Victor Frankenstein e sua besta talvez seja o primeiro grande livro do gênero. A narrativa já foi explorada e revisitada várias vezes ao longo da história por meio de filmes, seriados, desenhos animados e outras plataformas. Apaixonado por física, biologia, medicina e pelo progresso científico, o protagonista da história dá vida a sua própria criatura, formada por membros de diversas fontes. Mas a besta foge ao seu controle. Mary Shelley, a escritora da obra, e seu marido eram amigos de Lord Byron. Reza a lenda que o conto foi produzido em uma disputa entre os três para ver quem escrevia uma história mais original estando em um castelo gótico – típico dos românticos.

 

2) A queda da casa de Usher (1839) – Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe é nome certo de qualquer lista sobre o gênero. Provavelmente, será também apontado, em pelo menos 9 entre 10 pessoas, como o pai do gênero e a maior influência para os escritores que seguiram a mesma linha. O conto, não tão conhecido pelo público em geral, foi resgatado do limbo por Tzvetan Todorov em seus estudos sobre literatura fantástica. O narrador, cuja identidade não é conhecida, chega à casa de seu amigo Roderick Usher, que, em carta, se queixou de doença e exigiu a presença do amigo. Esta doença é caracterizada por um sentimento de grande ansiedade. A irmã gêmea de Roderick, Madeline, também está doente, caindo em transes e estados catalépticos. Antes do amanhecer muita coisa vai acontecer nessa casa, e personagem principal transita entre acreditar que tudo aquilo que vive é real ou apenas uma ilusão da realidade.

 

3) O gato preto (1843) – Edgar Allan Poe

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Cena do filme O gato preto, dirigido por Edgar G. Ulmer (1934)

Obviamente que por ser tudo isso e mais um pouco, Poe apareceria uma segunda vez nessa lista. A história em questão é talvez o texto mais conhecido do autor nascido em Boston. Juntamente com outros contos como O retrato oval e o Coração revelador, por exemplo, O gato preto é um dos contos nos quais a marca da loucura aparece mais estampada. O personagem principal da narrativa é, desde sua infância, louco por animais. Já adulto, tem um gato preto de nome Pluto, ao qual ele é afeiçoado. Porém, em dado momento, o narrador se torna alcoólico e violento com os animais e com sua esposa, mas seu respeito pelo gato impede que ele mate seu animal de estimação. Uma noite, contudo, enquanto volta para casa, encontra seu gato e, levado pela raiva, arranca, com seu canivete, um dos olhos do animal. A partir daí, sua obsessão, raiva e loucura fazem com que ele definhe cada vez mais.

 

4) O médico e o monstro (1886) – Robert Louis Stevenson

Considerado em seu tempo um excelente livro gótico de suspense, horror e loucura, perpetuou-se pelas décadas seguintes e hoje é uma referência do gênero. A história se desenvolve em Londres e conta a história de um notário, Gabriel John Utterson, que investiga uma ligação estranha entre o Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde. Dr. Jekyll, um filantropo obcecado com sua dupla personalidade, desenvolve uma droga para separar seu lado bom do ruim. É este último que, após várias noites, tomará a frente e controle do corpo e se transformará no monstruoso Mr. Hyde .

 

5) Drácula (1897) – Bram Stoker

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Versão cinematográfica de Coppola (1992)

Romance epistolar do irlandês Bram Stoker que sedimentou o imaginário vampiresco do ocidente. Conta a história do conde Drácula, um vampiro, ser imortal que se alimenta de sangue humano. A complexidade do personagem de Drácula renovado por temas modernos tais como a psicanálise como a associação de Eros e Thanatos – desejo sexual e morte – ou o questionamento dos limites entre a besta e o homem, entre vida e morte, ou entre o Bem e o Mal, irá torná-lo um mito moderno que o cinema ajuda a amplificar. O livro foi adaptado ao cinema em 1992 por Francis Ford Coppola, e foi estrelado por Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves, Anthony Hopkins e Monica Bellucci.

 

6) O chamado de Cthulhu e outros contos (1928) – H. P. Lovecraft

Outro clássico do terror e do medo é Lovecraft. A sua própria morte é cercada de mistérios e há quem diga que ela estava diretamente ligada a algum fenômeno sobrenatural. O autor sempre dizia que o medo é a condição mais básica do ser humano. E ele conseguia, de uma maneira extraordinária, criar essa sensação em quem lia suas obras. O chamado de Cthulhu é a obra fundadora do mito de Cthulhu, um universo de ficção partilhado por inúmeros autores nos campos da literatura, RPG e histórias em quadrinho. Francis Wayland Thurston, um antropólogo de Boston, herda todos os bens de seu tio-avô, George Gammell Angell, um renomado professor que ensinou línguas semíticas da Universidade de Brown , que morreu em circunstâncias misteriosas no inverno de 1926 1927. Entre os documentos de seu tio, Thurston descobre uma estranha argila de baixo-relevo representando um dragão ou uma caricatura humana “com uma cabeça de polvo com um amontoado de tentáculos por face e um corpo coberto de escamas aparentemente elástico, garras prodigiosas nas patas dianteiras e traseiras, e asas longas e estreitas nas costas”, acompanhado de vários hieróglifos desconhecidos, recortes de imprensa e um manuscrito com o título The Cult of Cthulhu.

 

7) O bebê de Rosemary (1967) – Ira Levin

O bebê de Rosemary, dirigido por Roman Polanski (1968)
O bebê de Rosemary, dirigido por Roman Polanski (1968)

Brilhantemente adaptado pelo polêmico e sensacional diretor Roman Polanski em 1968, o livro conta a história de Rosemary Woodhouse, uma dona de casa de Nova York, oriunda do Nebraska. Vinda de uma família profundamente católica irlandesa-americana, mas com a qual tem quase nenhum contato desde que ela se casou civilmente com Guy, um protestante não-praticante que espera se tornar um ator. O jovem casal aluga um bom apartamento cujos vizinhos são encantadores, incluindo os Castevet, um velho casal singularmente excêntrico. Rosemary gostaria de ter um filho, mas Guy pede-lhe para esperar, preferindo prosseguir a sua carreira para garantir sua futura família renda suficiente. Tendo acabado de perder um papel de ouro em uma produção de teatro de importância, Guy descobre que seu rival foi subitamente atingido por uma cegueira. Ele, então, ganhou o famoso papel que poderia abrir as portas da fama. Esta veia repentina do jovem coincide com suas visitas mais frequentes a Castevet. Outra inversão: Guy insiste com Rosemary para eles terem uma criança agora. A jovem é naturalmente feliz, mas os sinais e advertências multiplicam-se para despertar suas suspeitas no sentido de que os Castevet são mestres de um culto dedicada a Satanás e que o filho que ela carrega não é o filho de Guy, mas o anticristo.

 

8) O exorcista (1971) – William Petter Blatty

Quem nunca se borrou com o filme de terror mais famoso da história do cinema? Dispensa apresentações! Porém, poucos sabem que O exorcista era na verdade uma adaptação de uma obra literária. Inspirado em um verdadeiro caso de possessão demoníaca e exorcismo que Blatty tinha ouvido como um estudante em 1950, o romance conta a história de uma jovem, Regan McNeil, possuída por um demônio, e as tentativas desesperadas de sua mãe para curá-la. Como nada funciona, ela decide recorrer a padres para sessões de exorcismo.

 

9) Entrevista com o vampiro (1976) – Anne Rice

Neste livro, um vampiro conta a história de sua vida para um jornalista em Nova Orleans. Este é o primeiro volume de uma série chamada As Crônicas Vampirescas que trará o sucesso à porta da autora britânica, mas também que irá popularizar o mito do vampiro romântico. A ideia de Entrevista com o Vampiro é baseada em uma questão: o que sente uma criatura da noite? O autor quis saber o que um vampiro poderia dizer sobre a sua “não-vida” se alguém tivesse a chance de perguntar a ele. O modo de narração, portanto, é naturalmente feito ao estilo de uma entrevista com um vampiro por um jornalista e assim veio o título. Sua versão cinematográfica ganhou fãs ao redor do mundo, sobretudo pela participação de Tom Cruise, interpretando o vampiro Lestat; por Brad Pitt, interpretando Louis de Pointe du Lac; e por Antônio Banderas como Armand.

 

10) O iluminado (1977) – Stephen King

Cena de O iluminado, dirigido por Stanley Kubrick (1980)
Cena de O iluminado, dirigido por Stanley Kubrick (1980)

Brilhantemente transposto ao cinema por Stanley Kubrick – e estrelado por Jack Nicholson –, eis uma das obras máximas do autor estadunidense, considerado por muitos fãs como o rei das histórias de terror após a dupla Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft. O romance, um marco do imaginário das narrativas de King, conta a história de Jack Torrance,  um homem educado, mas de pavio curto . Ele tenta reconstruir sua vida e a de sua família depois que seu alcoolismo o levou a perder o seu emprego de professor. Tendo parado de beber, ele aceita um emprego como zelador em um grande hotel isolado nas montanhas que ficará fechado no inverno. Ele se muda para o Overlook Hotel, nas montanhas do Colorado, com sua esposa Wendy e seu filho Danny. O garoto possui dons de mediunidade e é sensível a forças sobrenaturais. No dia da sua chegada, Danny conheceu Dick Hallorann, cozinheiro do hotel, que também tem os dons de Danny, mas em um grau muito menor do que o menino. Hallorann adverte Danny contra os perigos do hotel, que seria dotado de uma consciência, e possuídos por espíritos. Não tardará e muitas coisas estranhas acontecerão no hotel, sobretudo com o pai do garoto, que começa a perder a razão.

 

11) Os mortos vivos (1979) – Peter Straub

Quatro velhos amigos tinham o hábito de passar as noites contando fabulosas histórias de fantasmas. Entretanto, desde o desaparecimento de um membro do seu clube em circunstâncias estranhas, eles se sentiram ameaçados e perdem o sono. Logo estariam envolvidos na mais incrível história de reencarnação que poderiam imaginar e que uma entidade estranha está atrás deles.

 

12) O cemitério (1983) – Stephen King

Já diziam os Ramones: “I don’t want to be buried/ in a Pet Sematary/ I don’t want to live my life again”. O que poderia ser mais triste e ao mesmo tempo singelo do que um cemitério de animais domésticos? Não na obra de King, onde qualquer lugar pode ser propício para a presença do mal. Louis Creed, sua esposa Rachel, sua filha Ellie e seu filho Gage deixaram Chicago para ir para Ludlow, uma pequena cidade no Maine. Eles se estabeleceram em uma bela casa que acabaram de comprar. Louis, que é médico, acaba de encontrar um emprego na universidade próxima. Ele conheceu Judson Crandall, o vizinho octogenário que se tornou seu melhor amigo. Durante uma caminhada, Judson apresenta à família Creed o “Pet Sematary”, cemitério para animais de estimação, onde gerações de crianças enterraram seu animal de estimação favorito. Apesar de sua alegria pelo fato de que tudo vai perfeitamente, Louis tem um mau pressentimento, particularmente após a morte acidental de um estudante durante o seu primeiro dia de trabalho. A morte acidental do aluno mergulha Louis em um desconforto, sobretudo quando o aluno aparece para ele em um sonho para levá-lo ao o cemitério de animais, dando ao protagonista uma espécie de aviso. Sem saber se aquilo foi mesmo um sonho ou não, a vida retoma o seu curso até que Church, o gato da família, morre acidentalmente enquanto a esposa e os filhos de Louis estão em férias. Jud Crandall leva Louis além ao cemitério de animais, no território indiano, onde ele pede para Louis enterrar o cadáver do gato. Dias depois, o gato reaparece vivo, mas os problemas de Louis apenas começaram. O mal já se instalara na família Creed.

 

13) Hellraiser (1986) – Clive Barker

Frank Cotton, um homem em busca de prazeres desconhecidos, adquiriu uma caixa misteriosa, um estranho cubo dourado. Ele resolve o quebra cabeça da caixa, fazendo aparecerem correntes que o prendem na cadeira. Alguns humanoides, vestidos de preto, horrivelmente mutilados, aparecem e cortam Frank em pedaços. Mais tarde, seu irmão se muda para a casa de Frank. Durante a mudança, um simples corte, acrescido de gotas de sangue no chão, bastaram para trazer Frank de volta à vida. Como um cadáver, ele vai forçar sua cunhada a trazer vítimas, a fim de se regenerar. Mas os maus cenobitas, mestres dos sofrimentos do inferno, vão em breve estar cientes da ressurreição de Frank. (leia resenha aqui).

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