Ok, já começo avisando que é pessoal e não pretendo levar ninguém a concordar comigo. Vamos ficar cada qual na sua certeza, e se você gostou, tudo bem, só acho que é interessante ler uma impressão diferente da sua.
Começo pelo fato de que foi muito falado. Saiu na capa da revista, sendo considerado como revolucionário, e está bem eu concordo. Concordo que ao falar sobre sexo, despertou a atenção de muitas mulheres, grande parte delas, que não possuem o hábito de ler e então temos um “avanço” no mercado literário.
Eu gosto de trilogias, algumas vezes espero angustiada pelo próximo volume e fico amplamente feliz quando o primeiro capítulo do próximo livro está no final do anterior, para dar aquele gostinho de “quero mais”…
Desta vez eu não li.
Depois de levar meses tentando terminar o “cinquenta tons de cinza” escrito por E.L. James, tudo que eu queria era gritar minha liberdade, eu finalmente terminei e não quero ler mais uma palavra, quanto mais um capítulo da história de Anastasia e Grey. Isso porque, ela começa e termina no mesmo lugar, não nos levando para lado algum que não seja o desejo doentio de um personagem que nada tem de cativante e uma heroína nem um pouco heróica.
Mas gostaria de deixar registrado aqui que a história poderia ter sido boa. Seria boa se como Stephenie Meyer, a autora soubesse conduzir uma narrativa, mas apenas não convence. Não existe nada de extraordinário e ela tenta nos guiar sobre o “mistério que envolve Christian Grey e seu passado”, mas não desperta a curiosidade e aparentemente tudo que o livro tem a oferecer são cenas, que como uma amiga disse, de um pseudo sadomasoquismo.
O que me intriga é que o livro seja considerado libertador para as mulheres quando, de certa forma, é tão opressor. A história de Anastasia não tem nada de libertadora, ela é uma garota normal que se apaixona pelo cara cheio da grana e que não consegue dizer não a ele. Ela passa quase toda a história baixando a cabeça, sem olhar nos “famosos olhos acinzentados” como uma garota da idade média dizendo “sim senhor” para tudo que ele deseja. Então eu me pergunto: Onde está a liberdade sexual?
Alguém poderia me dizer que sentir prazer na dor e assumir isso é a resposta, e não tendo nada melhor eu vou acreditar, porque cada um tem a sua loucura, tara ou preferência. Mas, ainda assim, fiquei a espera de uma história que valesse os números vendidos e não encontrei. A opinião de amigas é que as sequências são ainda piores. Então, Sra James, me desculpe, mas não irei mais perder meu precioso tempo de leitura com as suas palavras.
Peço desculpas caso alguém sinta-se insultado por minhas palavras, como coloquei acima, é pessoal e não quero levar ninguém a concordar comigo.