Neil deGrasse Tyson indica 8 livros que toda pessoa inteligente deveria ler. Antes de conhecer a lista, vale a pena pensar: afinal, o que é inteligência?
O grande astrofísico (e divulgador científico) Neil deGrasse Tyson, famoso por suas ideias e formas de expô-las de modo mais simplificado e bem humorado, transmitindo assim a linguagem científica para um grande número de pessoas, listou alguns livros, avaliados por ele, indispensáveis para quem se considera inteligente.
Mas, afinal, o que é inteligência?
Segundo o Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, o termo é dotado dos seguintes fundamentos:
1-Faculdade ou capacidade de prender, apreender, compreender ou adaptar-se facilmente, intelecto, intelectualidade.
2-Destreza mental, agudeza, perspicácia.
A maioria dos dicionários e outras fontes trazem uma definição parecida sobre o termo. Na verdade, falar sobre “inteligência” é uma tarefa um tanto quanto abstrata, já que ela pode ser influenciada por meios sociais e genéticos, além de ser moldada ao longo dos anos.
De acordo com o divulgador científico fundador do site Universo Racionalista, Douglas Rodrigues:
Sobre inteligência, eu acho que tem um pouco de tudo, tanto em um ambiente social como um componente genético.
Saber muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação. (Carl Sagan)
Tendo uma breve noção do conceito. Vamos para a lista dos supostos oito títulos literários para pessoas inteligentes, segundo Tyson:
1. A Bíblia:
Mas ele não é ateu? Na verdade esta questão de ateísmo faz com que a leitura da Bíblia se torne uma forma de entender mais sobre a sociedade da época e como a hierarquia e a manipulação afetam a população até os dias de hoje.
2. Princípia (Os Princípios Racionais da Filosofia natural) – Isaac Newton:
Mais precisamente o capítulo O Sistema do Mundo, que apresenta um conteúdo filosófico com a finalidade de desvendar os mistérios do universo de forma simples, mostrando como é possível fazer isso com o estudo dos acontecimentos.
3. A origem das espécies – Charles Darwin:
Considerada uma das obras mais importantes da história, a ideia da evolução da vida chocou a sociedade do século 19 e até hoje é motivo de discussão, pois, de certa forma, anula a ideia de que Deus teria criado tudo como conhecemos hoje.
De acordo com Neil deGrasse, é um forma de aprendermos nosso parentesco com outras formas de vida.
4. Viagens de Gulliver
Segundo Tyson, este clássico da literatura precisa ser bem interpretado. O uso da sátira nos mostra o que o ser humano pode fazer de ridículo, usando dos seus instintos primitivos e irracionais. O livro critica a sociedade e política inglesa, principalmente pelos seus impactos diretos em relação ao autor da obra e sua vida na Inglaterra e na Irlanda, a alienação humana por meio da corrupção, como ela afeta os cidadãos e os próprios governantes.
5. A era da razão – Thomas Paine:
Uma obra deísta que debate ideias racionais e concretas para influenciar a liberdade. Apresenta a filosofia natural que promove a existência de Deus através da razão, do livre pensamento, sem influência religiosa, de crenças, mas sim, como uma opinião formada pelo indivíduo por meio da razão e da filosofia. Foi o livro que tornou o deísmo mais acessível, espalhando-o pelo mundo.
6. A riqueza das nações – Adam Smith:
A obra é composta por cinco livros que tratam dos problemas sociais relacionados à divisão do trabalho, acumulação e desenvolvimento de capital, desenvolvimento econômico, escolas de pensamento econômico e o papel do Estado.
7. O príncipe – Nicolau Maquiavel:
Um clássico da filosofia, de grande relevância ao que se refere no conceito de Estado e política de forma geral como conhecemos hoje.
Pode-se dizer que foi Maquiavel quem criou uma base de ideias diversas e controversas, retratando pensamentos que podem ser associados ao Renascimento, época do “florescer de novas ideias”, quando, no entanto, o poder ainda se concentrava nas mãos de poucos.
8. A arte da guerra- Sun Tzu
É um tratado militar, escrito durante o século IV a.C. Apresenta treze capítulos que trazem uma forma racional de adquirir poder e trucidar inimigos, além de mostrar o pensamento estratégico da humanidade na guerra, fazendo disso uma arte.
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Os títulos foram bem escolhidos e deveriam fazer parte da lista de leitura de todos. A importância de termos ideias mais críticas e céticas a respeito do que faz parte da nossa vida, seja ela política, social e humanista, é o que mais se destaca.
Nós como seres humanos devemos nos empenhar nesta busca por melhorias nestas áreas, fazendo dos livros um meio fundamental de divulgação de ideias menos ludibriosas e mais realistas.