Livros para os fãs da série House of Cards que gostam do assunto “conspiração política”
Um dos melhores dramas políticos da atualidade, a série House of Cards, produzida e exibida pelo Netflix, ganha cada vez mais fãs por sua história repleta de jogos de poder, corrupção política e personagens marcantes, como Frank Underwood, interpretado por nada menos que Kevin Spacey. A série evidencia a ambição de um político em ultrapassar a tudo e a todos para atingir seus objetivos, chegar ao topo da escala de poder nos Estados Unidos e, quiçá, do mundo. Para isso, seus métodos e manobras dentro do governo não são nada honrosos – o que faz com que gostemos ainda mais de ver seu rosto cínico conversando (literalmente) com o espectador no meio de uma cena qualquer. Para vencer, ele é capaz de cometer, da maneira mais fria, os crimes mais sujos. E quanto mais poder, maior o monstro fica.
Aos que gostam de conspirações políticas, o Homo Literatus traduziu uma lista divulgada pelo Buzzfeed que reuniu livros que todo fã de House of Cards deve colocar na pilha de leitura.
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1. House of Cards, de Michael Dobbs
Por que não começar com o livro que originou tudo? Se você não sabia, a série da Netflix é baseada em uma série da BBC com o mesmo nome que, por sua vez, teve este livro como base. Dobbs, que trabalhou no partido conservador britânico em muitas frentes nos últimos 30 anos, escreveu Casa de Cartas em 1989. Teve duas sequências, To Play the King e The Final Cut, ambas também transportadas em premiadas minisséries da BBC.
2. O Príncipe, de Nicolau Maquiavel
O infame tratado político de Maquiavel inspirou a todos, de Thomas Cromwell a Máfia Americana. O livro essencialmente diz que um mandante precisa saber mentir, burlar a lei e matar para conseguir e manter o poder. Curiosamente, o intento do livro é promover o debate. Em seus outros escritos, Maquiavel se mostrou favorável a repúblicas, e muitos veem O Príncipe como uma sátira ou uma obra cuja intenção é mostrar para cidadãos comuns o que mandantes políticos realmente pensam. De qualquer maneira, o conselho do livro foi amplamente seguido por líderes políticos e criminosos. A sentença mais famosa do livro diz: “é melhor ser temido do que amado, se não puder ser ambos”. Entretanto, para uma lista de leitura ligada a série House of Cards, imagino que o conceito mais relevante é que para ser um mandante efetivo você deve representar tanto ‘a raposa’ quanto ‘o leão’: “um príncipe obrigado a saber bem como agir feito uma fera deve imitar a raposa e o leão, pois o leão não pode se proteger de armadilhas, e a raposa não pode se defender dos lobos. Deve ser uma raposa para reconhecer armadilhas, e um leão para afugentar lobos. Aqueles que desejam serem apenas leões não compreendem isso”.
3. O Talentoso Ripley, de Patricia Highsmith
Se você é fascinado por personagens que criam seu caminho para o poder e a riqueza com inteligência, ambição e crueldade, você vai amar a criação mais famosa de Highsmith. Ripley seria um adversário mais do que válido para Frank e Claire Underwood (ideia para fan-fiction?) e sua estilosa marca de golpes se encaixaria bem no mundo de House of Cards. Há cinco romances de Highsmith no mundo de Ripley, mas comecemos com o primeiro. Nas adaptações, Tom Ripley foi interpretado por ninguém menos que John Malkovich, Dennis Hopper e Matt Damon.
4. Otelo, o Mouro de Veneza, de William Shakespeare
Nenhum escritor tem temas mais maquiavélicos do que William Shakespeare. Com personagens feito Lady Macbeth, Ricardo III, Edmund, etc, uma dúzia de peças de Shakespeare poderiam preencher essa lista. Porém, vamos com Otelo e coroar Iago como o mais brilhante e vilão maquinador de todas as peças de Shakespeare. Como Frank Underwood, ele fica bem arruinando justo a pessoa que o ajudou a conquistar sua posição e pouco se importa com as carreiras e vidas arruinadas por seus enredos.
5. Após o Banquete, de Yukio Mishima
Grande parte do apelo de franquias como House of Cards vem da ideia de que estamos espiando por trás das fachadas levantadas pelos políticos e vendo como eles realmente pensam e agem. Se isso te interessar, procure o romance de Yukio Mishima publicado em 1960, Após o Banquete. O romance estava tão próximo da vida que Mishima foi processado pelo político japonês Hachiro Arita por invasão de privacidade.
6. A Última coisa que ele queria, de Joan Didion
Se seus personagens favoritos de House of Cards são Zoe Barnes e seus espiões jornalistas que são sugados para um mundo de conspiração e vingança política, esse livro é para você. Às vezes subestimado entre os trabalhos de Joan Didion, A Última coisa que ele queria é um romance cativante sobre um repórter do Washington Post que se vê envolvido com traficantes de armas da Central Americana, espiões e militares americanos.
7. Franquia Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin
Se você é um grande fã de seriados, então já conhece Game of Thrones. O seriado da HBO apresenta dúzias de enredos maquiavélicos em um rico mundo de fantasia. O seriado é parcialmente inspirado na histórica Guerra das Rosas, em que os Yorks e os Lancasters se revezaram no trono real inglês por décadas. Em House of Cards, Frank Underwood gosta de reunir peões dispostos ou não – feito Zoe Barnes e Peter Russo – antes de pôr seus planos em ação. Os grandes conspiradores de Westeros, como Tyrion e Mindinho, usam a mesma tática.
8. O Outono do Patriarca, de Gabriel García Márquez
Se o assunto for meditações sobre o significado de governar, o auto-descrito ‘poema da solidão do poder’ de Gabo é um olhar fascinante sobre um ditador latino americano aparentemente imortal. Embora o livro possa ser classificado como realismo mágico, muito dele foi inspirado pelas vidas de tiranos modernos.
Introdução: Marcela
Tradução e adaptação: Walter