A filha do senador 017 – Gisele Corrêa

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O barzinho ficava mesmo bem próximo da pizzaria e fomos andando. O lugar era bem legal e a banda já estava se apresentando quando chegamos.

Escolhemos uma mesa e o Ricardo foi pegar algumas bebidas. Acho que minha mãe estranhou um pouco, ficou olhando para os lados, observando tudo, isso porque não ia a uma balada há muito tempo (diferente do meu pai é claro).

A música era mesmo boa, gostosa de ouvir. E boa também para ficar só conversando. E foi o que nós quatro fizemos, pelo menos por boa parte da noite quando o Ricardo falou:

– Então Lu, quer dançar? (minha mãe relutou um pouco, então ele completou). Vamos lá, eu tenho certeza que esses dois estão torcendo pra gente dar um tempo… (sorriu)

– Vai mãe… (falei tentando anima-la).

– Não acredito que você quer mesmo se livrar de mim! (falou já se levantando e pendurando a jaqueta na cadeira).

– Eu só quero que a senhora se divirta… (tentei concertar).

– Nós também vamos… (o Guilherme anunciou se levantando).

– Vamos? (perguntei brincando).

– Você não quer? (ele parecia surpreso).

– Não, é claro que eu quero! (me levantei)

Estava tocando uma música lenta (motivo pelo qual minha mãe havia relutado em se levantar), e adorei ficar abraçada no Gui sentindo seu cheirinho gostoso, e seu coração bater tão perto do meu.

Minha mãe não parecia tão à vontade quanto eu, da primeira vez que olhei, eles não sabiam muito bem o que fazer com as mãos, mas quando voltei a olhar eles já tinham ultrapassado a barreira da timidez e pareciam tão entrosados quanto a gente.

Nós dançamos mais uma música então voltamos sentar, estávamos preparados para vê-los já acomodados em seus lugares, e nos surpreendemos em ver a mesa vazia.

– Acho que eles gostaram da música (ele falou brincando ao avistá-los na pista de dança).

Saímos de lá bem mais tarde do que eu imaginava, minha mãe ficou conversando com Ricardo perto do carro enquanto eu me despedia do Gui. Ele se ofereceu para me levar, mas eu disse que não fazia sentido com minha mãe ali, então combinamos de nos falar no outro dia e ele me acompanhou até o carro.

– Nossa! Fazia tanto tempo que eu não me divertia assim… (minha mãe falou ligando o carro).

– Eu também… (concordei enquanto acenava para o Guilherme que estava encostado à porta da pizzaria esperando a gente sair).

– Vocês ficam tão bonitinhos juntos… (ela observou).

Tive vontade de dizer a mesma coisa sobre ela e o Ricardo, mas segurei com medo de que ela ficasse mais insegura.

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