A filha do senador 022 – Gisele Corrêa

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Os três carros saíram em fila, na frente os pais do Gui puxavam o comboio, minha mãe vinha no meio com o Ricardo e nós fechávamos a fila.

Assim que chegamos entendi o motivo de tanta ansiedade por parte dos quatro, o lugar era fantástico! A água cristalina escorria de uma pedra enorme formando abaixo uma grande piscina natural.

Nós todos ajudamos a descarregar o carro, e sobrou para os mais jovens montar o dito gazebo, isso porque minha mãe disse que já tinha feito o favor de comprá-lo já era pedir demais que ela perdesse o precioso tempo com seus amigos montando-o. Sentindo que seríamos votos vencidos colocamos mãos à obra.

Acho que nunca vi minha mãe tão solta. Parecia outra mulher, totalmente diferente da contida esposa do senador. Ela passou muito tempo na água brincando com o Ricardo (que ficou o tempo todo por perto dela), e esqueceu completamente porque tinha levado tanta coisa.

Nós terminamos de montar o gazebo e fomos encher as boias, mas assim que terminamos essa segunda tarefa, passamos de mancinho entre os pais dele e então jogamos as boias na água mergulhando logo atrás delas.

– Você não ficou chateada com o que aconteceu ontem, ficou?

Eu estava deitada em uma das boias e ele apoiava os cotovelos ao meu lado, parecia aliviado em conseguir perguntar.

– De verdade? Fiquei sim… (ele pareceu desanimar com a minha sinceridade). Mas não foi com você… Foi só, por ter acontecido… (expliquei). Uma sorte não estarmos em Brasília, (brinquei) Já pensou na manchete? “Bate-boca entre filha de senador e irmã de modelo famoso”…

Ele sorriu descansado. Era bom fazer piada com os acontecimentos.

Almoçamos assim que o Horácio e a Marta chegaram trazendo a comida (nem havíamos tocado na grande quantidade de sanduíches que a Isabel e minha mãe tinham trazido). A Marta tinha preparado uma salada bem leve, e outra salada (agora de frutas) para a sobremesa.

Fora da água não tinha muito o que fazer, então sentamos todos na sombra de uma árvore bem bonita e ficamos conversando. O Henrique ficou com sono, e acabou nos deixando para tirar um cochilo dentro do carro.

– Eu também estou ficando com sono… (a Isabel declarou deitando ali mesmo).

– Eu estou ótimo! (o Ricardo encostou-se ao tronco da árvore). Já estava com saudades de vir até aqui… Acho que não venho desde que você foi embora… (falou para minha mãe).

– Eu também… Depois que casamos o Luiz, nunca mais quis vir aqui… Mas você poderia ter vindo… Está tão perto…

– O Luiz não foi o único a não querer voltar depois que vocês casaram… (ele respondeu seco colocando os óculos escuros).

O silêncio que se seguiu era constrangedor e agradeci a Deus quando o Guilherme sugeriu:

– Eu trouxe um baralho no carro, porque não fazemos duas duplas para o truco?

– Eu topo! (falei me ajeitando)

– Tudo bem… (minha mãe não ia ficar de fora).

– Meninos contra meninas? (o Ricardo já tinha esquecido que estava bravo).

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