Saiba como e por que a situação da Literatura de países como Dinamarca, Suécia, Islândia e Finlândia está, felizmente, mudando em nosso país.
A Escandinávia é o território ao norte da Europa que abrange a Dinamarca, Suécia e Noruega, com extensão que atinge a Finlândia, Ilhas Faroé e Islândia. Os países nórdicos (como também são chamados, por localizarem-se ao norte do continente) são conhecidos principalmente por sua mitologia e por seu inverno rigoroso. Além disso, notícias sobre sua excelência em educação e organização política vez ou outra rondam o mundo e os nórdicos são usados como exemplo de comportamento.
No Brasil pouco se falava ou estudava sobre a literatura nórdica, e um dos motivos para tal envolvia as traduções das línguas escandinavas; as traduções para o português eram dependentes das traduções em língua francesa ou inglesa. Um dos principais nomes conhecidos no Brasil era Jostein Gaarden, o norueguês autor de O Mundo de Sofia (um dos seus romances mais conhecidos) e manteve-se assim até uma oportunidade ser aberta para a entrada dos nórdicos em terras tupiniquins, através do sucesso da Trilogia Millennium do sueco Stieg Larsson.
Teve-se então um boom da literatura policial escandinava (no mundo e no Brasil). Da qual, inclusive, muito se questiona sobre o uso do gênero; afinal, como uma sociedade tão pacífica (lá estão os países com menores taxas de violência e suicídio) pode se envolver tão intensamente com o assunto? Uma das explicações é que, devido aos rigorosos e longos invernos que irradiam depressão, o fato de a neve estar presente em boa parte do ano, e os dias serem frequentemente escuros, há estímulo no desenvolvimento da literatura policial entre os escritores.
Foi então que o crescimento da busca pela literatura nórdica cresceu no país e algumas editoras começaram a traduzir e publicar importantes nomes. Inclusive, o livro O Mundo de Sofia ganhou uma tradução direta do norueguês (até então, a tradução disponível no Brasil vinha da tradução inglesa). O gênero policial escandinavo até ganhou selos específicos de publicação. Novos nomes chegam ao Brasil a cada dia. Dentre eles, trouxemos alguns nomes essenciais (com publicações em português) para compor a lista de escritores nórdicos:
Jo Nesbo, norueguês, é músico e escritor. Autor da série de livros Harry Hole, com 5 livros traduzidos para o português (dos 10 da série) com gênero policial. Autor também da série Doktor Proktor, coleção de livros infantis com 4 títulos (apenas 2 livros traduzidos para o português). E autor do livro Headhunter, de 2008.
Henning Mankell, sueco. É mundialmente conhecido pelos romances do inspetor Kurt Wallander (personagem de seus livros). Na Suécia também é conhecido por obras na literatura infantil. Atualmente também contribui para o teatro com algumas peças. No Brasil, tem publicados os livros O guerreiro solitário e O homem de Beijing.
Kari Nars, finlandês, um dos membros mais respeitados do mercado financeiro da Finlândia. É autor do livro Golpes Bilionários.
Peter Hoeg, dinamarquês, é conhecido por suas obras serem estilisticamente diferentes. No Brasil tem publicado o livro Senhorita Smilla e o Sentido da neve.
Arnaldur Indridason, islandês, jornalista e crítico de cinema. Sua primeira obra publicada no Brasil é A cidade dos vidros.
Knut Hamsum, norueguês, recebeu o Nobel de Literatura em 1920 com seu livro Os Frutos da Terra. Conquistou seu sucesso em 1890 com o lançamento do livro Fome (no Brasil, traduzido por Carlos Drummond de Andrade). Nunca afiliou-se ao partido nazista norueguês, mas em contra-partida escreveu diversos artigos pró fascismo. Em um encontro com Hitler e Goebbels, em 1943, entregou a Goebbels a medalha que recebeu por conta do Nobel de Literatura.