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O site da revista Exame publicou uma matéria sobre um projeto que interessa muito aos amantes da literatura. Trata-se do Projeto Mais Leitura, que visa popularizar o acesso aos livros e, consequentemente, incentivar a leitura. Eu confesso que não conhecia e fiquei bastante curiosa (e feliz) com a iniciativa.

Por enquanto, o projeto, que foi criado em 2011 em parceria com o governo, se limita ao estado do Rio de Janeiro. Já há três postos de atendimento fixos, em São Gonçalo, São João de Meriti e Bangu. E recentemente foi inaugurada uma versão itinerante, começando pelo bairro da Glória, na zona sul carioca. A zona norte e as favelas também serão contempladas, pois, segundo o diretor-presidente do órgão, Haroldo Zager, a meta é visitar todos os municípios do Rio pelo menos duas vezes por ano e atingir cerca de 4 milhões de leitores. O Mais Leitura conta com a participação de mais de 40 editoras e já vendeu mais de 600 mil livros. Os títulos e temas parecem ser bem variados. E, o principal, o preço é irrisório, permanecendo entre R$ 2,00 e R$ 4,00.

O argumento da secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, é de que o brasileiro não lê pouco por falta de interesse, mas sim por dificuldade de acesso, já que os preços editoriais costumam ser muito altos. Na verdade, eu discordo em parte, nesse ponto. Apesar de saber que o mercado editorial do país é, de fato, um dos mais caros, eu acredito que a fonte da falta de leitura é ainda mais profunda. O problema é a escassa bagagem cultural e literária, e sua raiz está na infância, tanto em casa como na escola. Em casa, dificilmente as crianças são incentivadas a ler. Na nossa sociedade tecnológica, não se cultiva mais o hábito de ler histórias para os filhos, por exemplo. Posteriormente, na escola, ambiente em que isso também poderia (e deveria) ser trabalhado, o que vemos, no geral, são leituras forçadas, muitas vezes mal escolhidas e mal guiadas. Essas crianças não desenvolvem o hábito da leitura, crescem e não passam essa herança cultural aos filhos. Cria-se, assim, um círculo vicioso. Isso sem falar do vergonhoso grau de analfabetismo, incluindo o funcional, no Brasil. Portanto, estabelecer uma solução para um problema tão grave e tão enraizado na nossa cultura não é nada simples e leva bastante tempo. Idealizações como essa podem ser um bom começo.

Eu já vou reservar um dia na minha agenda para ir a um dos locais disponíveis e conferir de perto como funciona o projeto. E você, o que achou da iniciativa? Há projetos desse tipo na sua cidade? Deixe sua opinião nos comentários!

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