Crônica: Bloqueios e tentativas – Sergio Trentini

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Fazer crônicas com certa periodicidade vira um pesadelo quando não há assunto ou inspiração. Ficou manjado escrever sobre a falta de assunto, portanto, não podemos divagar sobre a falta de assunto. Metalinguagem ainda serve de saída, algumas vezes. Onde estou? Naquele setor indefinido entre a crônica, o comentário, o artigo e o ensaio. Estou pairando nessas entrelinhas brancas e espaçadas. É nesse espaço amplo que me permito a liberdade de variar. Não sei bem por onde começo, tampouco vislumbro o término de cada história. Alguns poetas dizem que as palavras saem de seus dedos. De meus dedos só saem unhas roídas. Minhas palavras saem da tela do computador. Quando saem.

Pacote Word Office 2010. Pirateado. Fonte Arial, tamanho 12.

Mas bem, não era sobre isso que queria escrever. Até porque não sei o que quero escrever. Talvez queira falar sobre a indefinição de gênero. Sou escritor de pequenas histórias. Talvez por ser de uma geração de alta captação de informação. Mantenho as histórias curtas, como crônicas, contos, comentários, artigos ou ensaios. Para já dar início a próxima. Mantendo assim essa gama de escolha de como usar as milhares de ideias que brotam em minha cabeça. Abrem-se várias abas em meu cérebro. Avalio as melhores e fecho as sobras. Dou alguns alt + tabs e pronto. Lá vem a próxima. Tenho paixão por cinema e por livros. Mas não é disso que estou falando. Se é que estou falando.

Começo uma paródia e termino escrevendo um romance. Começo um conto e termino uma canção. Começo um artigo e termino apagando tudo e começando de novo. Começo algo inusitado, desconhecido e termino não terminando. Começo sem saber como começar e…

Ponto.

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