Em O Arqueiro, Bernard Cornwell mostra-se como um grande autor da ficção histórica; este romance conta a trajetória do arqueiro inglês Thomas, em um conflito que opôs a França dos Valois à Inglaterra dos Plantagenetas
Como bom apreciador da história, Bernard Cornwell utiliza-se dela para compor seus romances, que se mesclam com fatos verídicos sobre conflitos territoriais e uma boa dose de imaginação. Reis, condessas, cavaleiros e arqueiros são personagens carimbados em sua trilogia A Busca do Graal, onde guerras são frequentes pela tomada do poder, tal como romances e segredos muito bem guardados.
Para começar a aventura temos o primeiro livro, intitulado O Arqueiro, o qual nos apresenta seu protagonista Thomas, um jovem com uma história de vida conturbada, cheia de mistérios que envolvem seu pai, sua descendência e que influenciarão diretamente seu futuro. Por uma escolha pessoal pautada em sua sede de vingança, ele acaba traçando, ou ao menos tenta de início, um caminho que o leve a ter todas as respostas das quais necessita para continuar vivendo, e por fim saber quem realmente é.
Evidentemente as doses de mistério presentes no enredo se encontram quase que continuamente com revelações incomuns, que podem influenciar positiva ou negativamente os personagens, bem como suas próximas atitudes dentro da história. Sempre com uma grande riqueza de detalhes, seja com o fato ocorrido tempos atrás ou com alguma batalha que está ocorrendo no momento presente:
“Thomas, montado em seu cavalo emprestado tão pequeno que suas longas pernas quase tocavam o chão, ergueu a mão para saudar Jeanette. Ela olhou para o rosto sorridente dele e depois desviou o olhar, sem mostrar qualquer expressão. Falou com um padre que, evidentemente, era o capelão do príncipe. Thomas deixou a mão cair.” (pg. 229).
Deve-se ressaltar ainda que durante todos os combates o leitor irá se sentir muito mais do que um mero expectador, pois Cornwell consegue transferir-nos para dentro da cena, sentindo o suor que escorre das faces dos combatentes, o sangue que jorra das gargantas atingidas pelas espadas certeiras, e ainda ouvir os gritos de comando para atacar. Certamente este é um livro que agradará os amantes da cultura medieval e todos aqueles que fazem questão de um bom romance.
Referência:
CORNWELL, Bernard. O arqueiro. Rio de Janeiro: Record, 2003.