Depois da polêmica levantada no 30:MIN – Revolução Shakespeare sobre a existência deste admirável escritor, imagine a seguinte situação: uma incrível obra galáctica sendo escrita há 400 anos, por ninguém mais, ninguém menos do que o bardo inglês. Pois é. E se William Shakespeare tivesse escrito Star Wars?
In time so long ago begins our play,
In star-crossed galaxy far, far away.
Quem sou eu para tentar traduzir Shakespeare (ou algo feito no estilo dele)? Não vou nem me arriscar, justamente pela questão da métrica – quem sabe, futuramente. Hoje vou me limitar a comentar sobre a adaptação de Ian Doescher, um cara fantástico que nasceu poucos dias depois do lançamento de O Retorno de Jedi e que ama Shakespeare desde os tempos de escola.
Em William Shakespeare’s Star Wars, Doescher mistura a quantidade adequada de Shakespeare com a quantidade adequada do universo da nossa querida galáxia muito, muito distante. Numa entrevista ao Quirk Books, ele revela ter lido Orgulho e Preconceito e zumbis (adaptação da obra de Jane Austen, escrita por Seth Grahame-Smith) e que a inspiração veio durante o Festival de Shakespeare de Oregon, após ter assistido a uma adaptação de Alison Carey da peça As alegres senhoras de Windsor. Depois de seus filhos estarem dormindo e de sua esposa estar mergulhada em algum romance, o autor assistia a uma cena de Star Wars e adaptava as falas para o pentâmetro iâmbico. Certamente que escrever versos nesse estilo não é nada fácil, mas Doescher já havia se aventurado por este campo durante o ensino médio, quando escreveu sobre o quanto detestava Barney, o dinossauro (sim, aquele dinossauro roxo!).
A maioria deve conhecer Star Wars, mas para quem não conhece, fica a recomendação. A história se passa no ambiente galáctico e trata da jornada de um jovem cavaleiro jedi chamado Luke Skywalker, juntamente com seus amigos Han Solo e Leia Organa, em combate ao Império, comandado pelo estúpido, digo, poderoso Darth Sidious e seu fiel seguidor, Darth Vader.
O livro foi lançado em julho deste ano, então infelizmente ainda não foi traduzido para o português. Mas podemos sonhar com uma gentil alma que irá se propor a traduzir, não podemos? Como diria Shakespeare, “O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.”
Confira algumas páginas do livro no site da Amazon: aqui.