O Dia do Trabalhador ou Dia Internacional dos Trabalhadores é celebrado anualmente no dia 1º de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado no Brasil, em Portugal e em outros países. Diversas classes trabalhadoras juntam-se na data de hoje para comemorar e reivindicar desejos e sonhos, além de uma melhora de seu salário empregatício.
E o escritor, é ou não um trabalhador?
Quero contar aqui uma passagem da minha vida docente: Certo dia, ao dar aula numa turma de primeira série, numa época como a de hoje, maio, trabalhando profissões e trabalhadores, um aluno chegou até mim e perguntou: “Prof., a senhora trabalha aonde?” – Ou seja, para aquele pequeno aluno o que eu fazia ali não era trabalho. Mais tarde, já numa turma de alunos maiores, outra aluna veio perguntar: “A senhora não trabalha?”.
O que dizer diante dessas duas questões?
Seguindo a minha linha de pensamento, cá entre nós, me fiz uma pergunta: Ser escritor, o que significa para a sociedade?
Será que existe alguém que pensa que ser escritor é não ter uma profissão? Será que ainda há pessoas que pensam que escrever é apenas um hobby?
Sim, sim, sim…! Vou falar de mim!
Escrever para mim começou como hobby, como algo a se fazer porque eu ‘achava’ que poderia escrever como os escritores que eu lia, mas aos poucos, com o passar do tempo, escrever passou a significar profissão. E hoje, ainda me espanto quando vejo alguém que chega até mim e fala: “Você escreve? Ah, mas trabalha em quê?”.
Vejam que professor e escritor estão juntos no mesmo grupo de pensamento: lecionar e escrever não significa trabalhar.
A palavra certa é REVOLTADÍSSIMA. Estou revoltada e decepcionada. Sigamos o meu raciocínio e vejamos o que está implícito nas entrelinhas… Se eu leciono e escrevo, significa que eu não faço nada? Então eu não trabalho? Vivo de brisa. Sou um vegetal, me alimento por fotossíntese?
Genteeee! Sou uma profissional. Sou professora e escritora. Olha o preconceito aí. Ser escritor é ser um profissional não apenas das letras, mas dos pensamentos, das criações, das ilusões, do entretenimento, do conhecimento, é ser um profissional que se preocupa em difundir a leitura a colaborar para que, cada vez mais, nosso país seja uma pátria de pensantes, de pessoas inseridas na sociedade, indivíduos capazes de atuar no meio em que vive sem medo de ser feliz.
Sim, sou escritora, por quê?! Vai encarar?!
Por fim, peço que leitores e escritores que estão nesse momento lendo o meu desabafo, deixem suas opiniões acerca do tema: Escritor é profissão?
Obrigada a todos pela companhia de hoje.
Luz e livros.