Entre nós & entrelinhas: Porto Alegre é demais! – Cláudia de Villar

0

Peço licença aos meus leitores e amigos para dedicar este espaço de hoje para falar sobre o meu amor à minha querida Porto Alegre/RS. Cidade em que vivo há mais de 40 anos. Cidade que me banha com um Pôr do Sol magnífico. Cidade repleta de vida. Cidade amada.
Sei que cada um de vocês deve nutrir um sentimento especial à sua cidade natal ou à cidade em que mora, mas eu que nasci e cresci por entre as ruas dessa cidade só tenho a dizer coisas boas.

Cidade dos Gre-Nais, dos carnavais, dos lagos, dos pássaros, das ruas marcadas pelas suas histórias, dos locais de tantos encontros, desencontros, reencontros e de contos. Cidade de amores surgidos, nascidos, reprimidos, vividos. Cidade do chimarrão, das prendas e dos gaúchos. Cidade da união, das lendas e dos ‘amiguxos’.

Aí vocês me perguntam: Mas Porto Alegre não tem problemas? Sim, claro que tem. E muitos, mas para os olhos de quem ama, as qualidades se sobressaem aos defeitos. E para não dizer que não falei das flores, trago abaixo, um trecho do poeta Carlos Drummond de Andrade (mineiro) para falar de amor: “Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? Sempre, e até de olhos vidrados, amar?”.

Peço licença, portanto a Drummond para parafrasear seu poema: “Que pode uma gaúcha senão, entre as outras gaúchas, deixar de exaltar a sua cidade? Amar e reconhecer, amar e nunca esquecer, amar e sempre amar, amar, adorar, amar?” Estranho eu citar Drummond e não Quintana? Talvez, mas este trecho apaixonado e poético (olha aqui a poesia, colega Juliano Rodrigues!) cai como um a luva neste momento apaixonado em que me encontro e senti necessidade em citar tal poema.

Ou então, posso recordar Gonçalves Dias para falar do meu amor distante: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.” (Canção do Exílio). Quando estou longe daqui, em outra cidade, as lembranças me trazem cheiros remotos, fotografias interiorizadas e guardadas em minha memória seletiva e apaixonada e, mais uma vez, minha Porto Alegre é lembrada: “Minha terra tem o Guaíba, onde o catamarã navega lá. As vozes que aqui peleiam, não peleiam como lá”.

E para não dizer que não falei das pedras que se encontram no caminho eis que as pedras de POA se unem e se transformam em montes, os montes se transformam em escadas, escadas para que todos os porto-alegrenses possam subir. Subir e crescer, crescer e fazer, fazer e acontecer, acontecer e germinar, germinar e florescer, florescer por entre os pedregulhos e, novamente, se sobressair por entre as pedras e que sejam lembradas a cada amanhecer por todos nós que vivemos ou que por algum momento já estivemos por entre as ruas, as flores, os amores e as pessoas de Porto Alegre.

“Um dia descobrimos que apaixonar-se é inevitável… Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples…”. – Quintana. Portanto, espero que essa singela prova de amor à minha Porto Alegre não seja esquecida, pois apaixonei-me, inevitavelmente, apaixonei-me por ela.

Porto Alegre é demais!!!

Feliz aniversário, Porto Alegre (26/03/1772)!

Até a próxima quarta-feira!
Luz e livros para vocês.

Não há posts para exibir