Escritores famosos e … espiões

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Como antigos espiões se tornaram escritores

James Bond, o espião mais famoso nascido de um livro

Neste semana, estreia no Brasil 007 – Spectre, mais um filme da saga James Bond, criada por Ian Fleming. Assim como o espião mais famoso do mundo, o escritor também fez parte do serviço secreto britânico. Mas a lista de autores que tiraram suas histórias a partir de experiências com espionagem é grande. Conheça alguns.

Escritor, jornalista, 17 romances publicados, 30 milhões de livros vendidos e … agente do serviço de inteligência britânico. Antes de dar vida a James Bond e seus enredos mirabolantes, cheios de ação, luxo, glamour e mulheres bonitas, Ian Fleming prestou serviço para o Serviço Naval de Inteligência do Reino Unido na Segunda Guerra Mundial, fato que deu ao autor experiência pessoal suficiente para criar as histórias que vieram a se tornar uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema.

Nas telas, já são 23 adaptações estreladas por seis atores diferentes. Daniel Craig já foi precedido por George Lazenby, o primeiro a encarnar James Bond, seguido de Roger Moore, que fez sete filmes; Sean Connery, com seis na lista; Pierce Brosnan, com quatro longas e Timothy Dalton, que ficou na pele do famoso espião apenas duas vezes.

Mas não foi apenas Ian Fleming que deu vida aos personagens a partir de experiências pessoais como espião. Outro escritor famoso que também prestou serviços à rainha foi Frederic Forsyth, autor de O dia do chacal e Dossiê Odessa, dentre quase 20 títulos e mais de 70 milhões de cópias vendidas. Forsyth fez parte entre os anos de 1960 e 1970 do MI6 – serviço secreto britânico – em pleno ambiente de Guerra Fria. O escritor se dividia entre suas histórias e trabalhos ocasionais como espião sem receber pagamento por isso e fez parte de importantes ações militares, humanitárias na Europa Oriental e África. As memórias do autor acabam de ser publicadas sob o título The Outsider: my life in a intrigue, com reminiscências que começam no início dos anos de 1940, quando o escritor tinha 18 anos e serviu o exército britânico como piloto da RAF (Royal Air Force), a Força Aérea britânica.

O MI6 parece ter predileção por recrutar escritores. No caso de Graham Greene, as experiências pessoais como alguém que gostava de viajar para lugares diferentes foi de grande valia para o serviço secreto. Sob a capa de um viajante e coletor de informações para as histórias que publicava em jornais e revistas, Greene prestou serviços na África, principalmente Serra Leoa e Libéria, sob o comando de Kim Philby, que acabou descoberto posteriormente como agente duplo da KGB – o comando de inteligência russo. A partir disso, suas histórias passaram a ter como temática a espionagem e agentes duplos em mais de 60 romances, peças de teatro, críticas e ensaios publicados. Greene teve vários de seus livros adaptado para as telas, dentre eles, Fim de Caso, obra de 1960, adaptada para o cinema em 1999.

Sucesso nas telas, John Le Carré talvez seja o mais notório autor de livros de espionagem, com ações de seus personagens muito mais próximas do real, como em O espião que sabia demais. oespiaoquesabiademaisCarré trabalhou tanto para o MI5 quanto para o MI6, mas a experiência foi repentinamente encerrada quando o mesmo agente Kim Philby (citado acima) expôs a identidade de diversos colaboradores do serviço britânico. As experiências como agente deram lugar então à temática da Guerra Fria, assunto recorrente em suas obras nos anos de 1970.

Outros autores também são mencionados como possíveis espiões a serviço de seus países. Quem pode imaginar que Roald Dahl, autor de A fantástica fábrica de chocolate e Matilda, teria sido um agente britânico na embaixada de Washington? Mais uma polêmica nesse sentido foi criada por John Earl Haynes e Alexander Vassiliev no livro Spies: The rise and fall of the KGB. Lá, os autores afirmam que Ernest Hemingway teria colaborado para a KGB nos anos de 1950.

A CIA, um dos mais conhecidos serviços de inteligência do mundo, também teve seus colaboradores que agora são escritores. Jason Matthews dedicou 33 anos de carreira ao governo norte-americano e agora faz sucesso como romancista. É autor de A roleta russa, publicado no Brasil em 2013.

Enquanto fundava a revista Paris Review, em 1953, Peter Matthiessen também colaborava para a CIA, e ainda teve tempo de ganhar três vezes o prêmio National Book Award, tanto na categoria de ficção como não ficção, com obras que defendem causas ambientais. Anos depois, o escritor declarou-se arrependido de ter trabalhado para o serviço de inteligência dos Estados Unidos.

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