Essência e singularidade em “A língua das coisas”, inspirada em Manoel de Barros

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 Conheça o curta-metragem inspirado na obra de Manoel de Barros.Manoel-Barros_ARAIMA20141113_0305_5

A leveza contida na relação tão bonita e sincera entre um avô e seu neto tornaram-se tema principal deste curta-metragem selecionado pelo programa Curta Criança do MINC e Tv Brasil, o qual foi inspirado na obra de Manuel de Barros.

Resgatando valores humanos já há muito esquecidos em nossos dias atuais o curta A língua das coisas traz a simplicidade do cotidiano de um avô juntamente com seu neto, dosando seus dias com muita imaginação mesmo nas tarefas mais simples das quais eles possam fazer. A possibilidade de se “pescar” palavras em um rio ou de achá-las penduradas em uma árvore e as “colher” sempre que necessário são alguns dos ensinamentos dos quais o espectador irá se deparar; porém bem mais do que isso é necessário ser capaz de se aprofundar em tais ensinamentos. O que realmente significam tantas palavras chegando por meio da correnteza do rio, à disposição em árvores e esse contato direto com a natureza? Qual o real valor delas? Tantos questionamentos os quais um pequeno garoto precisa ser capaz de encontrar as respostas sozinho, aprendendo com a vida e com os desafios que as mudanças lhe proporcionam, sejam elas boas ou más.

Um dos poemas de Manoel de Barros que ilustra bem a ideia principal do curta é Prefácio:

“Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas.”

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Sem sombra de dúvida vale muito a pena conferir este belo trabalho, principalmente aqueles que tanto apreciam as obras de Barros. Para assisti-lo, clique aqui.

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