Isso mesmo que você leu. Hitler está entro os mais vendidos da Amazon e iTunes. O fato curioso tem explicação. Enquanto esteve na prisão, em 1923, Adolf Hitler escreveu um livro para expressar suas ideias antissemitas, racialistas e nacionalistas. Mein Kampf foi lançado em 1925 e desde então é considerado a “Bíblia Nazista”.
Para chegar ao top 20 dos mais vendidos da na categoria Política e Atualidade, da iTunes, e de Propaganda e Psicologia Política, na Amazon, o livro foi transformado em e-book por diferentes editoras. Uma delas é a carioca Montecristo, cuja especialidade é relançar obras de domínio público. Segundo um dos donos da editora, inicialmente a loja da Apple havia recusado a venda do livro, alegando que o conteúdo continha propaganda nazista. No entanto, o objetivo da editora é alertar o mundo e mostrar quão absurdas eram as ideias de Hitler, justificativa aceita pela iTunes.
O conteúdo do livro pode ser considerado um manual de tudo aquilo que foi ocasionado pelos nazistas, assim que Hitler assumiu o poder da Alemanha, em 1933.
Mas o que explica o sucesso de uma “Bíblia Nazista” nos dias de hoje? As lojas eletrônicas e as próprias editoras acreditam que a grande repercussão e procura do livro esteja diretamente ligada ao seu formato. Com a versão e-book, é possível ler a obra toda em tablets, celulares e e-reader, o que mantem a leitura no anonimato. Ou seja, com esses aparelhos em mãos, ninguém sabe o que a pessoa está lendo, o que é mais difícil de se esconder quando transportamos um livro propriamente dito por aí.
Robert Singer, CEO do Congress Mundial Judaico (federação internacional de organizações judaicas) espera que a Amazon e a iTunes parem de vender o livro, assim como não deveria trabalhar com outras publicações que incentivam o ódio. Singer acredita que a medida seria um ato de responsabilidade vindo de uma corporação “poderosa e icônica. E você, o que acha disso tudo?