Intervalo: Queremos tomate! – Cláudia de Villar

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Era uma vez uma população de tomates que vivia feliz e em paz em sua comunidade: Vila Fantástica dos Tomates. As criaturas daquela comunidade não tinham problemas. Nasciam, cresciam, eram colhidas, vendidas e comidas. Tudo bem normal para a população da Vila Fantástica dos Tomates. Até viajavam! Sim, os tomates viajavam! Eram cidadãos, culturalmente, avançados. A fama desses moradores da Vila Fantástica dos Tomates era enorme: eram personagens de capa de revista. Famosíssimos! Também frequentavam as revistas médicas (afinal, tomate faz bem para saúde). Tudo ia bem na Terra dos Tomates quando, de repente…

BUMM!!!

O preço subiu!

Depois dessa catástrofe ninguém mais queria saber de tê-los em suas casas. Ou melhor, até queriam, mas estava impossível conviver amigavelmente com a população dos tomates. Estavam caríssimos!

Preço de ouro! – diziam as más línguas.

Não queremos mais saber deles. – diziam os verdureiros.

Vamos roubá-los– diziam os ladrões (passaram a fazer parte das páginas policiais dos jornais). Os caquis começaram a se disfarçar de tomates só para saírem na mídia também.

A vida dos tomates passou a ser um inferno.

Nasciam, cresciam, e muitas vezes, nem eram colhidos. Envelheciam sozinhos e morriam no pomar.

Os tomates mais velhos passaram a contar para os jovens tomates A Lenda dos Tomates. Sim, a vida alegre dos tomates passou a fazer parte da lenda daquele povo. Algo do passado. Algo a sentir saudade.

A melancolia passou a reinar sobre a Vila Fantástica dos Tomates.

E agora, Sr. Tomate, como fica?

Não fica.

Até que num certo dia, surgiu um herói.

O senhor ‘inventeiro’ inventou a Bolsa Tomate!

Agora sim, todas as pessoas que pertenciam à classe menos favorecida passou a ter direito ao auxílio. E depois de algum tempo, os demais cidadãos de Brasilite (país do futebol, do carnaval e das bolsas) começaram a se rebelar! Saíram com faixas e cartazes nas mãos:

– Queremos tomate! Queremos tomate! Queremos tomate!

A pressão foi tanta que a presidente de Brasilite teve que esvaziar a sua própria bolsa e fornecer incentivo financeiro para a população, a fim de que os tomates fossem consumidos pelo país inteiro. Após esse episódio verídico, os tomates e os caquis iniciaram uma guerra!

Como termina essa história?

Você decide!

Deixe nos comentários abaixo, seu final para essa história dos tomates!

Até o nosso próximo Intervalo.

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Cláudia de Villar é professora, escritora e oficineira. Formada em Letras pela FAPA/RS, especialista em Pedagogia Gestora e em Supervisão Escolar. A escritora tem alguns livros já publicados para o público infantojuvenil e adulto. Atua também como colunista de alguns jornais do RS (Jornal de Viamão e Jornal Floresta) e colabora com um texto mensal para o site Artistas Gaúchos. Desde agosto de 2013 é uma das associadas da AGES (Associação Gaúcha de Escritores). Cláudia afirma que é professora por opção profissional e escritora por vocação. Ler, escrever, criar e sonhar faz parte da composição de seu SER.

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