Cruel
São todos irresponsáveis
Chegam até nós com jeitinho manso
Mas, aos poucos, nos envolvem e
Dilaceram as nossas carnes e
Queimam o nosso cérebro.
E assim acabamos: exterminados
Assim, com um jogo de palavras poéticas, inicia-se esse texto ou essa tentativa de reproduzir em papel o que o coração e o corpo gritam: É o fim! Alguns leitores afirmam que se encontram num livro, numa narrativa, entretanto, há uma gama enorme de indivíduos que ressaltam que, diante de um livro, se perdem, demonstrando, dessa forma, a sua fraqueza diante de uma obra literária. A simples palavra biblioteca produz em um corpo saudável reações físicas adversas e diversas sensações que causam desde palpitações a tremores. Suores são visíveis nas mãos, axilas e testas. Entrar numa biblioteca está se tornando uma questão de medicina, no mínimo, cardiológica, senão, psiquiátrica.
Dificilmente um leitor comum, aquele que às vezes lê e às vezes não lê, ou é um leitor das horas vagas, irá entender essa patologia que está se tornando um problema social. Leitores, visivelmente perturbados, não conseguem entender o porquê de outras pessoas não serem ‘vidradas’ em leitura. Leitores doentes por livros trocam baladas, cinemas, festas e até suas vidas por uma personagem ou uma boa trama. E os mais ‘neuróticos’, tentam convencer amigos, namoradas, parceiros, familiares de que ler é a saída ou, por que não, ler é o encontro de qualquer ser vivo. E assim, os livros vão exterminando as pessoas. Viram zumbis, leitores-zumbis.
Os chamados leitores psico(livreiros), resumem suas conversas sobre a mais nova obra, o mais novo lançamento, um novo autor ou ficam (esses os mais psicóticos de todos) remoendo o passando e relembrando os fantasmas, aqueles escritores que já partiram para o outro plano, mas que deixaram por aqui, como relíquia divina, suas obras eternas. Esses são os piores. Sofrem, terrivelmente, de tremores e palpitações generalizadas que provocam consequências avassaladoras em sua vida. Quem um dia se torna um “psicolivreiro”, dificilmente se livrará desse mal necessário!
E você, se enquadra nesse quadro patológico?