Um guia para começar a ler livros reportagem
Neste post, pretendo dar uma pequena e essencial dica para aqueles que querem adentrar o incrível mundo dos livros reportagem e não sabem por onde começar. Embora seja quase impossível abranger tudo o que de fato vale a pena nesse estilo ao redor do mundo, tive o cuidado de selecionar livros nacionais bem diferentes entre si para facilitar a vida do leitor.
1. O gosto da guerra, de José Hamilton Ribeiro
Em O gosto da guerra, livro que narra a experiência traumática do repórter José Hamilton Ribeiro ao perder uma das pernas numa mina terrestre na guerra do Vietnã, o leitor se deparará com um relato emocionante e delicado. Tamanha é a desenvoltura, clareza e elegância da narrativa de Ribeiro, que até mesmo podem-se enxergar todos os cenários, cores e nuances do ambiente, principalmente no clímax do livro, o momento trágico em que o repórter sofre o acidente a apenas um dia de voltar para casa.
2. Rota 66, de Caco Barcellos
Um trabalho de pesquisa que levou dez anos e gerou polêmica diante das alas mais conservadoras da sociedade foi Rota 66, de Caco Barcellos, livro que se tornou emblemático por trazer à tona dados que muitos setores da imprensa ocultavam. Em Rota 66, o leitor encontrará uma narrativa que redescobre a história de muitas vidas jovens perdidas em meio à truculência da polícia. Leitura de tirar o fôlego.
3. Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex
A jornalista mineira Daniela Arbex, em um esforço de apuração, conseguiu reconstruir a história perdida do Hospital Colônia de Barbacena, local que possuía um verdadeiro “matadouro” humano em nome da pretensa cura de doentes mentais. Na obra, Daniela desvenda o paradeiro de ex-pacientes, funcionários e médicos, além de transmitir ao leitor uma narrativa próxima da cinematográfica.
Essa característica é tão evidente, que em 2015 o livro foi adaptado para um documentário promovido pelo canal a cabo HBO.
4.Viagem à Palestina: Prisão a céu aberto, de Adriana Mabilia
Em sua primeira experiência livresca, Adriana Mabilia narra sua viagem à Palestina, um dos mais perigosos campos minados do mundo. Desde a chegada até os últimos dias, Adriana discorre como é difícil o dia a dia da comunidade Palestina em um território cada vez mais tomado pela ocupação Israelense.
Momentos de tensão é o que não faltam, como na descrição dos checkpoints, em que a jornalista tem que atravessar com a identidade de repórter em sigilo para não atiçar a desconfiança de soldados de Israel. Haja coração!