Há tempos, ouvia falar da obra-prima de Flaubert, Madame Bovary, mas ainda não tinha tido a oportunidade de lê-la. Dia desses, em uma voltinha que dei na livraria, acabei comprando o referido livro na versão pocket da Martin Claret, justamente com o objetivo de leva-lo pra lá e pra cá, em ônibus e filas de banco.
“Ema repetia a si mesma: “Por que, meu Deus, eu me casei?” Perguntava se não teria havido uma maneira, por outras combinações do acaso, de encontrar outro homem e procurava imaginar quais teriam sido aqueles acontecimentos que não se haviam realizado, aquela vida diferente, aquele marido que ela não conhecia. Nem todos, de fato, se assemelhavam àquele. Teria podido ser belo, espirituoso, distinto, atraente, assim como eram, sem dúvida, os que haviam desposado suas antigas colegas do convento.” (pg. 52).
O livro conta a história do casal Carlos e Ema Bovary. O marido é um médico relativamente bem sucedido, enquanto a esposa é uma dama, ou uma senhora, apaixonada por livros e dona de sonhos e anseios insaciáveis. A obra que começa contando a história a partir da vida do pacato Carlos, passa a focar-se na incontida Ema.
Poderíamos chamá-la de tragédia? Penso que sim. Mesmo sem querer contar detalhes da obra, pois não posso dizer que ela entrará no meu “rol de livros preferidos”, acabei refletindo sobre um ponto importante do livro, o quanto nossos sonhos podem nos levar em direção ao pior; caso ele nos domine e não permita que pensemos nas pessoas que estão ao nosso redor.
Além do que já comentei, há a crítica à sociedade burguesa da França do século XIX, suas frivolidades e incoerências.
Flaubert criou vários personagens muito interessantes, como o farmacêutico Homais; as paixões de Ema, Leon e Rodolfo; e o negociante L’Heureux. Apesar disto, o ritmo lento da narrativa me incomodou bastante, mas acredito que era este o propósito.
E você, já leu? Ainda não? Então, ficou curioso? Diga nos comentários o que pensa a respeito.