Filmes, músicas, vídeos e outros escritores que todo fã do argentino Julio Cortázar precisa conhecer.
Um dos piores momentos de um leitor é finalizar a última obra de um escritor querido. Ou escritores. Pesquisar a bibliografia do autor e constatar que você já leu tudo o que podia de suas publicações é muito cruel. E acontece. Ou pelo menos pode acontecer. Com você e comigo.
Nesta semana, peguei o antepenúltimo livro de Julio Cortázar que ainda me resta ler. A sensação foi um prefácio de vazio absoluto, de sangramento interno. Ainda que, convenhamos, dei sorte em ter predileção por um escritor que publicou muito – o sofrimento daqueles que leem quem escreveu pouco deve ser ainda pior. A solução paliativa, nesse caso, é reler tudo. Duas, três, quatro vezes. Tudo para não sair daquele mar literário preferido, nem que seja para molhar os pezinhos.
Pensando nisso, desenvolvi uma forma de fazer com que as possibilidades de imersão no psicológico artístico criado por Cortázar fossem ampliadas; estendi os traços das emoções de suas criações para outros tipos de arte. Tudo isso para somar àquele espaço que o escritor conquistou dentro de mim um quê de descoberta que se sente em cada nova página folheada – amplificado mil vezes quando se trata do grande cronópio.
Tentei (tentei!) criar um painel com indicações de músicas, filmes e de novos escritores a partir das sensações que sua obra suscita (pelo menos em mim). Algumas dessas sugestões, inclusive, partem de suas influências ou influenciadores diretos. Como, por exemplo, o filme nacional Jogo Subterrâneo, do diretor Roberto Gervitz, inspirado no conto Manuscrito Encontrado em um Bolso, assim como Blow-up e Weekend, dos consagrados diretores Michelangelo Antonioni e Godard, respectivamente. Na categoria musical, nota-se a presença de Charlie Parker, jazzista que inspirou um dos seus contos mais famosos: O perseguidor.
Enfim, seguem algumas maneiras – infelizmente finitas – de fazer com que sua casa volte a ser tomada por este monstruoso escritor.
Filmes
Álbuns para ouvir
(Clique no álbum para ouvir no Youtube)
Vídeos para assistir
Lima Duarte recita texto de Julio Cortázar no programa Globo Universidade
JULIO CORTAZAR: TORITO Y CASA TOMADA (LEÍDOS POR ÉL MISMO)
Entrevista completa a Julio Cortázar – Programa “A fondo”
ENTREVISTA A JULIO CORTÁZAR 1983- EL JUGLAR México
Retratos de Julio Cortázar: Un tributo
Julio Cortázar – Toco tu boca – Cap. 7 Rayuela
Escritores para ler
Espero que essa lista possa trazer a vocês emoções intrínsecas tão angustiantes, confusas e absurdas quanto frases aleatórias distribuídas nos contos de Julio Cortázar como tiros de um revólver com silenciador, como “Irene decía que mis sueños consistían en grandes sacudones que a veces hacían caer el cobertor” ou “Andábamos sin buscarnos, pero sabiendo que andábamos para encontrarnos.”
A pergunta que fica é: de que forma vocês, fãs do autor argentino, complementariam esta lista?