De vez em quando me perguntam qual meu escritor favorito. Quando isso acontece uma tempestade se forma na minha cabeça, eita perguntinha difícil! Nunca dei a mesma resposta duas vezes para essa questão. Meu escritor favorito depende de incontáveis fatores, que vão desde o meu humor no momento até a leitura atual. Mas é claro, sem duvidas que alguns dos autores que eu li me marcaram a ponto de conquistar um carinho especial, e merecer certa fidelidade. Vou falar um pouco deles (e quando alguém me perguntar isso de novo, talvez educadamente possa até sugerir que leia essa postagem) e também fazer uma viagem pelas minhas historias preferidas.
Todos os leitores começaram de algum ponto, admirando uma historia mais profundamente e por consequência procurando outras e outras. No meu caso, como no de toda uma geração, o responsável foi um garoto magricela, com cabelos despenteados, óculos remendados e que dormia em um armário sob a escada da casa de seus tios que deram esse empurrão. Com o passar das páginas e dos livros (também cada vez maiores), vamos crescendo com ele, vendo a magia que sua vida se tornou, sofrendo as angustias ou comemorando as alegrias, sempre com nossos três amigos do coração formamos um quarteto inseparável. Quem leu essas aventuras na adolescência, pode de verdade dizer que cresceu no mundo dos bruxos, afinal quem disse que os dramas dos jovens de lá são assim tão diferentes dos nossos? Por isso, sou muito grato a Joanne Kathleen Rowling por criar Harry Potter, apesar de todos os desafios que ela encontrou.
É quase que certo que quando você se apaixona por um livro começa a querer mais e mais histórias, afinal todo bom leitor é insaciável e quase um pesquisador nato. E C. S. Lewis apareceu como que para suprimir minha carência entre os lançamentos de Harry Potter, mas logo após os primeiros capítulos comecei a ver que era mais que isso. As Crônicas de Nárnia (generalizando os livros) se tornou um dos meus livros favoritos. As aventuras vividas, os personagens e a forma de escrever de Lewis foram me cativando cada vez mais. Além da obra, acho Clive Staples Lewis um homem extremamente sábio.
Gosto muito de tirinhas desde bem pequeno, quando folheava livros de português da minha irmã para ler algumas usadas para ensinar gramática ou interpretação, e Bill Watterson é autor dos meus personagens favoritos Calvin e Haroldo. Watterson consegue escrever tiras de qualidade, com conteúdo muitas vezes crítico e social e ao mesmo tempo manter a inocência de um menino de seis anos com um tigre de pelúcia/imaginário. Atualmente, para a infelicidade geral, ele está aposentado e sua última tira foi em 31 de dezembro de 1995.
Meu preferido mais recente, e que com o qual tenho uma relação de amor e ódio, é George R.R Martin, porque afinal, qual o motivo de fazer personagens tão cativantes para depois mata-los? Mas no final até posso deixar isso de lado pelo fato dele ter criado um mundo tão complexo e cheio de conflitos, com tantos personagens cativantes (e outros nem tanto, já que no fim das contas, até o quarto volume são mais de mil!), e que se expande ainda mais em livros considerados “grandes” e que mesmo assim conquistaram patamares tão honráveis. A ele só peço humildemente que, por favor, agilize os próximos livros da série.
Por fim, dois escritores que estou tendo o prazer de descobrir ao poucos, Neil Gaiman e Stephen King. Stephen King já admiro a um bom tempo, e confesso quase teve um parágrafo único, mas acho que o que li dele ainda é muito pouco, e coloca-lo como preferido seria quase um desrespeito. Admiro a maneira que ele explora o horror, os medos que todos nós sentimos, mesmo que os monstros muitas vezes não sejam aqueles seres feios, mas sim coisas na nossa própria cabeça. Já Neil Gaiman foi um dos presentes que posso dizer, para mim, veio junto com o Homo Literatus. As historias são cheias de mistério, com uma fantasia mais sombria que muitas vezes se confunde com a própria “vida real”, por enquanto dele só posso dizer que quero mais.
Depois disso tudo (desculpe se me prolonguei), ficou até um pouco perceptível meu gênero literário não é?