O legado de Doyle – Sherlock ressuscitando, outra vez

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Após uma limpeza corriqueira de sótão, uma obra inédita de Arthur Conan Doyle foi descoberta.

Book Illustration Depicting Sherlock Holmes and Dr. Watson in a Train Cabin
Watson e Holmes. Ilustração de Sidney Paget, em 1892, no conto “Estrela de Prata”

Sherlock Holmes e seu assistente, o Dr Watson, intitularam quatro livros e dezenas de textos menores, aproximadamente 60 contos, todos cheios de engenhosidade e inventividade unidas. Infelizmente, por outro lado, todos muito bem conhecidos pelos fãs do autor. Mas isso está para mudar: uma obra inédita de Doyle foi descoberta quase que por acaso depois de uma limpeza corriqueira de sótão.

Timothy John Berners-Lee, para os íntimos Tim Berners-Lee, declarou recentemente que a maldição das gerações do final do séc. XX e XXI se deve a ele, se deve à perda virtual de seus feitos.

O criador da World Wide Web, ou simplesmente o homem que inventou a internet como a conhecemos hoje, prevê que o legado que poderíamos deixar sobre a Terra após nossa passagem pela história humana pode ser perdida devido à forma que os registros são feitos, ou seja, basta um colapso da grande rede ou uma mudança drástica e a história perderia dezenas de anos de registros. Daqui a 100 ou 200 anos haveria uma lacuna de décadas perdidas.

Felizmente há mais de 100 anos não havia internet ou computadores e os registros literários eram feitos à boa e velha moda antiga: em tinta e papel.

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Arthur Conan Doyle

Arthur Ignatius Conan Doyle, ou menor, mas não menos importante, o grande autor Sir Arthur Conan Doyle que entre muitos outros criou um dos mais icônicos detetives da história e deu uma roupagem totalmente revolucionária aos romances da literatura policial/criminal desde então – embora se acredite que Doyle tenha se inspirado em um detetive real para então apenas reproduzir os feitos do notório personagem.

Walter Elliot, um senhor de 80 anos remexia seus pertences no sótão de casa quando se deparou com um livro antigo, no qual se encontravam contos de vários autores. Mas foi uma surpresa quando verificou que um dos autores da antologia era nada menos que o grande criador de Holmes, e ali era narrada uma aventura do detetive. Após ler o conto e por curiosidade procurar sobre o seu título, verificou que a obra era inédita, e isso sim foi motivo de grande choque e posteriormente repercussão internacional.

Sob entrevista, Elliot relatou que não se lembrava como o tal livro fora parar em seu sótão, apenas tinha certeza que deveria estar lá há mais de 40 ou 50 anos. Conseguira aquele exemplar único como fruto de um presente vindo de um amigo – ao menos foi o que supôs, pois não se recordava de comprar tal obra.

Após verificada, a história toda veio à tona: a feliz descoberta foi possível devido a uma ponte que veio abaixo na cidade de Selkirk, Escócia. A tal ponte feita de madeira foi destruída durante uma enchente em 1902. O autor que apreciava a cidade e gostava de visitá-la se comoveu pela necessidade das pessoas dali e se propôs a doar alguns escritos para o bazar/leilão em prol da arrecadação de fundos para construção de uma nova ponte de acesso.

Em suas 48 páginas, a coletânea de textos se nomeia por The Book o’ the Brig e permanecerá exposta em um museu de Selkirk, juntamente a uma pintura de Walter Elliot da tal ponte após reconstruída em 1904.

Conan Doyle surpreendeu novamente, ressuscitou Holmes mesmo sem querer e sob poucas páginas, mas ainda assim levará ao delírio os fãs sedentos por uma nova aventura do ilustre e grande detetive.

 

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