Na definição da Unesco, livro é uma publicação impressa não periódica com um mínimo de 49 páginas. A entidade escolheu o dia 23 de abril como Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Isso porque nessa data morreram três grandes escritores da história: William Shakespeare, Miguel de Cervantes, e Inca Garcilaso de la Vega. Aqui, no Brasil, em 18 de abril se celebra o Dia Nacional da Literatura Infantil, em homenagem ao nascimento do escritor Monteiro Lobato. Já no dia 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro.
Em agosto de 2010, a equipe do Google Books, imbuída da missão de digitalizar todos os livros escritos desde o Bing Bang, concluiu, após a analisar o acervo de bibliotecas, lojas e de colecionadores de todo o mundo, que havia 129.864.880 livros escritos. Se alguém souber a quantidades de livros escritos nos últimos quatro anos, me diga, por favor. Não foram contabilizados os exemplares queimados nas fogueiras da ignorância nem os originais, impressos ou em arquivos do word, à espera de um nobre editor.
De quem são os direitos autorais das obras psicografadas: do espírito do falecido, do médium ou dos herdeiros do autor? Cabe ao médium. É o que diz a lei. Mas é necessário que conste na capa do livro o caráter psicográfico da obra e o nome do médium, que a psicografou. Os familiares só têm direitos sobre as obras produzidas em vida pelo escritor. Chico Xavier doou os direitos autorais dos quatrocentos e doze livros psicografados por ele à federações espíritas e à instituições assistenciais beneficentes.
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Um amigo, de quem não vou citar o nome, numa discussão de acalorada, com uma ex-namorada, foi golpeado com um livro, que prometia atiçar os instintos predatórios do público feminino. A sorte dele é que o livro era fininho. Há quem decore ambientes com livros, sem saber que podem colocar tudo em chamas. Lá vão uns de nitroglicerina pura: A origem das Espécies (1859), de Charles Darwin; O Capital (1867), de Karl Marx; A Interpretação dos Sonhos, (1899), de Sigmund Freud; Mein Kampf (1926), de Adolf Hitler; O Lobo da Estepe (1927), de Hermann Hesse; O Amante de Lady Chatterley (1928), de D.H Lawrence; O Segundo Sexo (1959), de Simone de Beauvoir.
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A Bíblia não é um livro: é uma biblioteca. O livro sagrado do Cristianismo é, na verdade, uma coleção de livros. Para os católicos, ela tem 73 livros, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. A Bíblia dos protestantes, tem apenas 66. Lá na reforma, promovida por Lutero, os livros escritos originalmente em grego, que haviam sido considerados não inspirados pelos judeus séculos antes, foram limados.
A Bíblia é de domínio público. Mas há quatro anos, um arquivista chinês chamado Seng Lee, registrou os direitos autorais sobre a obra. Não entendo o porquê de tanta agitação. Os britânicos, assim como todos os europeus, em geral, se apropriaram de muitas peças de valor de outras culturas, como as múmias do Egito e as próprias cerâmicas chinesas, quando apontavam seus canhões para nós há dois séculos, justificou a decisão. Não sei que fim levou o caso.
A Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo está descrita nos quatros Evangelhos canônicos (Marcos, João, Mateus e Lucas) e noutros livros apócrifos. A história do Deus que se fez homem inspirou grandes escritores ao longo da história: Norman Mailer (O Evangelho Segundo o Filho), Saramago (O Evangelho Segundo Jesus Cristo), Khalil Gibran (O Filho do Homem), Eric- Emmanuel Schmitt (O Evangelho Segundo Pilatos) e Níkos Kazantzákis (A Última Tentação de Cristo), entre outros.
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O livro é livre!
Feliz Páscoa.