O livro mais caro do mundo: Bay Psalm Book foi vendido por R$ 32,6 milhões

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Sotheby's New York to auction the world's most valuable book: The Bay Psalm Book

A gente já brincou de imaginar, aqui no Homo Literatus, o que aconteceria, caso um livro custasse uma fortuna. A realidade, meus amigos, está bem próxima, mas não do modo como fantasiamos neste post aqui.

Essa semana, mais especificamente na terça-feira (27/11), foi leiloado o livro mais caro do mundo, pelo valor de US$ 14,2 milhões, o equivalente a R$ 32,6 milhões. Em vez do caos, temos um motivo nobre que justifica este preço: literalmente, a preciosidade da obra.

O Bay Psalm Book ou o Livro de Salmos da Baía, se traduzido para o português, foi o primeiro livro impresso em território americano, isso no ano de 1640. Esta verdadeira joia da literatura americana foi arrebatada pelo banqueiro e bilionário David Rubenstein, que, da Austrália, fez os lances por telefone.

Mesmo com o valor recorde, o lance final ficou abaixo das expectativas da casa de leilões Sotheby’s, que previa um valor mínimo de US$ 15 milhões. Indo além, alguns especialistas chegaram a acreditar no preço de US$ 32 milhões. Mas por que tão caro e todas essas expectativas?

Mais que um livro raro, Bay Psalm Book é um símbolo da identidade norte americana, sendo um dos maiores legados de importantes capítulos da história da colonização dos Estados Unidos. Suas páginas resultaram de um projeto ousado e ambicioso dos puritanos que chegaram à baía de Massachusetts em 1630 e decidiram escrever e imprimir seu próprio livro de Salmos. O grande valor do livro se justifica ainda pela sua história de criação.

the-psalm-bookOs imigrantes reformistas já tinham seus livros de Salmos, mas abraçando o canto congregacional, decidiram que precisavam de uma tradução do Livro dos Salmos mais próxima do original em hebraico e escrita em versos. Para colocar em prática o plano, foi obtida clandestinamente uma máquina de impressão, burlando as leis em vigor na Inglaterra. A ‘impressora’ chegou de Londres em 1638, junto com papel suficiente para imprimir centenas de livros.

O responsável pela empreitada, o reverendo Jose Glover, morreu durante a viagem, o que fez com que sua esposa se estabelecesse em Cambridge, Massachusetts, onde fundou a editora.

Stephen Day, um trabalhador escravo e serralheiro por profissão, foi incumbido de operar a máquina, que, em 1640 chegou a imprimir cerca de 2 mil cópias do livro de 300 páginas Whole Book of Psalmes Faithfully Translated into English Metre, hoje conhecido como Bay Psalm Book.

De todos estes exemplares, restaram apenas 11 cópias, sendo que duas pertencem à Old South Church, de Boston. Realmente um item de colecionador, não?

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Fonte: BBC

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