Durante a semana passada, os fãs de Harry Potter ficaram de alerta, devido a boatos de que J.K Rowling lançaria um novo livro sobre o mundo dos bruxos. Infelizmente, tudo não passou de uma noticia falsa. Assim, todos voltaram a relaxar. Por pouco tempo…
No sábado, 13 de Junho, a autora anunciou ao site Hypable, que em abril desse ano lançou um Thriler. Ninguém soube do livro até agora, pois ela usou um pseudônimo para publicar a obra. Robert Galbraith foi o nome escolhido pela autora para estampar The Cuckoo’s Calling, o segundo livro independente depois da saga Harry Potter. Segundo a própria, a opção de se esconder atrás de outro nome, foi principalmente para evitar pré-julgamentos e expectativas exageradas, como no caso de Morte Súbita, lançado no ano passado, pela Little Brown do Reino Unido. As palavras dela:
“Eu esperava manter isso em segredo durante um bom tempo, porque ser Robert Galbraith me deu uma experiencia livre, foi maravilhoso publicar algo sem exageros ou expeculações e também por prazer de receber um feedback sob um nome diferente.”
O livro, um romance policial, conta a história de um detetive com a vida bagunçada, que tem que resolver um grande assassinato. A sinopse:
“Um brilhante mistério de estreia de uma maneira clássica: Detive Cormoran Strike investiga o suicidio de uma supermodelo.
Depois de perder sua perna em uma mina no Afeganistão, Cormoran Strike está apenas tocando sua vida como investigador privado. Strike caiu para um cliente e os credores o estão chamando. Ele também terminou com sua namorada de longo tempo e está vivendo em seu escritório.
Então, John Bristow passa por sua porta com uma história impressionante: Sua irmã, a lendária modelo Lula Landry, conhecida por seus amigos como Cuckoo, notoriamente caiu para sua morte alguns meses atrás. A policia julgou como suicidio, mas John se recusa a acreditar nisto. O caso liga Strike com o mundo dos belos milionários, namorados rockstars e designers desesperados e isso o introduziu a todas as mais diferentes formas de prazer, tentação, sedução e ilusões que o homem conhece.
Você pode pensar que conhece detetives, mas você nunca conheceu um como Strike. Você pode pensar que conhece ricos e famosos, mas você nunca os viu sob uma investigação como essa.”
Por enquanto, o livro não tem versão em português. Mas com essa recente revelação, isso sem dúvidas está prestes a mudar. O que está prestes a mudar também, deve ser a venda do livro, que até agora contava com 1.500 cópias vendidas. (Espero que chegue logo por aqui).
O uso de pseudônimo é relativamente comum no meio literário. Seja para publicar algo que tenha um conteúdo diferente do que o publico está acostumado de determinado autor, ou para expressar uma opinião completamente diferente, ou como no caso de Rownling, para evitar o assédio exagerado dos fãs e da mídia com um lançamento. Ao longo dos tempos, muitos escritores usaram um ou mais nomes para divulgar suas obras, ou mesmo publicaram em grupo usando um nome em comum, confira algumas histórias curiosas:
Agatha Christie – Mary Westmacott: A autora de romances policiais mais conhecida do mundo, publicou seis livros com o nome de Mary Westmacoot. Segundo ela, Mary lhe deu liberdade para tratar de temas diferentes dos crimes e assassinatos que ela escrevia com o próprio nome, o que também era uma forma de se expressar. Sob o pseudônimo, Agatha Christie disse ter escrito o único livro que a satisfez completamente, o livro que ela sempre quis escrever. Absent in the Spring foi escrito sem interrupções, e levou sete anos para ser planejado.
Stephen King – Richard Bachman: King usava o pseudônimo por dois motivos, primeiro para descobrir se as vendas dos seus livros se davam pelo sucesso de seu nome, pelo seu talento como escritor ou apenas por sorte. O segundo é para poder publicar mais livros, uma vez que para as editoras é prejudicial publicar muitos livros de um autor num único ano. Richard era conhecido por escrever romances com pouco ou nenhum sobrenatural. As histórias eram focadas em dramas que poderiam acontecer com qualquer um. Stephen King era tão imaginativo a respeito de seu pseudônimo, que chegou a escrever uma pequena biografia sobre ele.
Fernando Pessoa: O poeta e escritor tinha dezenas de heterônimos. Um heterônimo se difere de um simples pseudônimo, por ter além de um nome, uma biografia e características singulares, virando uma personalidade poética. Seus heterônimos mais conhecidos são Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares. Antes de morrer, Pessoa encerrou as histórias de todas as suas personas. Alberto, por exemplo, foi vítima de tuberculose em 1915, aos 26 anos. Saramago entrou na história e em seu livro “O ano da morte de Ricardo Reis” deu fim a outro dos heterônimos.
Victor Leal: Victor Leal era na verdade não um, mas quatro escritores. O poeta Olavo Bilac, o romancista Aluísio Azevedo, o dramaturgo Coelho Neto e o jornalista Pardal Mallet. O Monte de Socorro, foi um dos únicos livros de Victor Leal que foi escrito por todos os quatro, geralmente os livros eram escritos em duplas.
Machado de Assis: Machado publicou muitos contos e artigos sob pseudônimos. Neles, criticou a imprensa, analisou os costumes da época e defendeu o fim da escravidão. No caso de Machado, o que chama a atenção é a quantidade de nomes que o autor usou, aproximadamente vinte e um. Os mais populares eram Boas Noites, Dr. Semana, João das Regras e Victor de Paula.