Saiba quais são os livros do escritor Cristovão Tezza que estão sendo adaptados para o cinema e o que o autor pensa a respeito de adaptações cinematográficas
Há alguns anos, o escritor paranaense Cristovão Tezza concedeu umas palavras sobre literatura e adaptações cinematográficas de livros para o portal Saraiva Conteúdo. Nesse bate-papo, o autor mencionou que vê como positivas as adaptações de livros para o cinema. Os livros, como já têm um público conquistado, podem atrair mais leitores ao cinema, para verem qual é o resultado da “tradução” das linhas para as imagens das telonas.
Quando questionado a respeito das adaptações cinematográficas serem a expressão de um mundo cada vez mais distante da literatura e mais próximo de outras linguagens, Tezza comenta:
“A literatura permanece como o ‘coração do texto’, sem o que a imagem se esvazia. Essa é a arma da literatura; ela jamais deve abdicar do seu silêncio, da sua singularidade textual, para correr atrás da borboleta do cinema. O contrário é que deve acontecer; o cinema se inspirar no que a intimidade literária tem a oferecer. O cinema só tem a crescer, aprendendo com a literatura.”
Sua obra-prima O filho eterno, publicada pela editora Record em 2007, que levou o prêmio Jabuti em 2008, na categoria Melhor Livro de Romance, começou a ser adaptada para o cinema em 2012. Recentemente, noticiou-se que as gravações começaram neste final de março, em Curitiba, cidade em que Tezza mora. A direção é de Paulo Machiline (o qual também adaptou Natimorto, de Lourenço Mutarelli), a produção conta com Ricardo Teixeira (responsável pela produção de Frances Ha, A Bruxa, Tim Maia, entre outros) e os protagonistas são Marcos Veras e Debora Falabella. Infelizmente, a estreia do filme ainda não tem data prevista.
Ainda em entrevista ao Saraiva Conteúdo, o escritor paranaense relatou que não tem envolvimento nenhum com adaptação de seu livro para o cinema, pois é escritor e não cineasta, e que fez questão de não participar porque seu trabalho já está feito, ou seja, o livro está escrito. Segundo ele, é muito importante que o diretor possua autonomia ao adaptar um livro, ao fazer sua leitura, pois é preciso que ele lance seu olhar particular sobre o livro – e o resultado disso veremos no cinema, talvez em breve.
Para quem não conhece, vale mencionar: o premiado romance O filho eterno possui muitos tons autobiográficos, embora o autor não costume declarar isso explicitamente. Grosso modo, o livro narra a história de Roberto e Claudia, casal que tem um filho recém-nascido portador de Síndrome de Down, focando no choque inicial dessa experiência, nos embates ocorridos internamente e socialmente e, também, nas oportunidades de amadurecimento a partir dessa vivência.
Além de O filho eterno, Cristovão Tezza mencionou que outro romance seu está em processo de adaptação, também ainda sem data de lançamento. Trata-se de Juliano Pavollini, livro publicado originalmente pela Record em 1989. O filme tem como diretor Caio Blat, mais conhecido como ator global, e marca sua estreia como diretor de cinema.
Além disso, o autor comentou que já tem um conto adaptado. Trata-se do conto “Beatriz e a Velha Senhora”, do livro Beatriz lançado pela editora Record em 2011, que virou um curta-metragem da Páprika Filmes, dirigido por Léo Castillo, com Cynthia Falabella e Miriam Mehler.