Pensando Junto: Adaptações de livros para o cinema – Gabriel Gaspar

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No Pensando Junto da semana passada abordamos um tema importante. Qual o real papel das editoras? Elas devem se portar como empresas ou preocupar-se mais com seu papel como formadora de opiniões?
Recomendo a leitura do post e agradeço os comentários, sempre enriquecedores. E de quem é a culpa? Ou melhor, há algum culpado? Pensem… Pensem… Pensem…

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Adaptações de livros para o cinema

Como foi abordado no Pensando Junto de 28 de abril, o cinema vem há anos bebendo da fonte literária, o que algo bom para as duas mídias. Alguns livros, antes pouco conhecidos, acabam tendo seu momento de glória após a divulgação da sétima arte. Outros livros, já consagrados mas esquecidos pelo tempo, acabam alcançado novas gerações com o cinema e tem as suas vendas resgatadas. Como lembranças de filmes e livros já lidos são sempre gostosas, vamos a alguns exemplos:

Pôster do filme Laranja Mecânica
Pôster do filme Laranja Mecânica

LARÂNJA MECÂNICA: Em 1971, o premiado diretor Stanley Kubrick, adapta a obra de Anthony Burgess de forma soberba, sendo elogiado inclusive pelo escritor. A história trata do aumento da delinquência juvenil (tema ainda em pauta nos dias de hoje) e chega a criar um idioma próprio para a sua distopia.

O ILUMINADO: Sthephen King, talvez o escritor com mais adaptações para o cinema, não poderia estar de fora dessa lista. A adaptação de 1980, também de Stanley Kubrick é estrelada por um inspiradíssimo Jack Nicholson. Apesar de diversas discussões sobre as diferenças entre o filme e o livro (as duas são consideradas obras praticamente distintas), todas as duas marcaram o gênero, cada uma ao seu modo, sendo ambas consideradas obras-primas.

DRÁCULA: Filmes com vampiros existem quase desde que o cinema surgiu. Mas o livro que criou o monstro, o cultuado Drácula de Bram Stoker, ganhou uma adaptação de ninguém menos que Francis Coppola em 1991. A adaptação não tinha como dar errado. E não deu. O filme que conta com nomes de peso como Anthony Hopkins, Gary Oldman e Keanu Reeves e se trata de uma história sangrenta, mas assustadoramente romântica.

CLUBE DA LUTA: A adaptação de 1999 do livro de Chuck Palahniuk, dirigida por David Fincher, nos apresentou personagens perturbados vivendo em uma sociedade perturbada. O filme, estrelado por Brad Pitt e Edward Norton consegue transmitir toda a aura de insanidade do livro e nos apresenta um final de história muito surpreendente. E, quem gostou da história do pouco conhecido autor (sobretudo no Brasil), recomendo que procure o conto “Vísceras”. Para se ter uma ideia, ele costumava ler esse conto em saraus, desafiando as pessoas a ouvi-lo inteiro sem passar mal. Conto recomendado apenas para quem tem o estômago forte.

MILLENIUM: A obra do sueco Stieg Larsson ganhou duas adaptações para o cinema – uma na própria Suécia e outra em Hollywood (2011), sendo essa última também dirigida por  David Fincher (mais uma vez aparecendo aqui). O tema recorrente de violência sexual contra mulheres se deve ao fato de Larsson ter testemunhado um estupro coletivo de uma jovem quando tinha 15 anos. Larson nunca se perdoou por não ter ajudado a garota, dedicando boa parte de sua carreira, tanto de jornalista quanto de escritor, ao combate à violência contra mulheres.

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Pôster do filme O Grande Gatsby

O GRANDE GATSBY: A obra de Scott Fitzgerald, considerada uma obra-prima da literatura americana, já havia ganho outras adaptações, sendo a última nesse ano de 2013, com Leonardo DiCaprio. A história é uma crítica ao sonho americano e essa adaptação é marcada pela inovação – palavra polêmica quando se trata de adaptações de obras clássicas. Alguns anos antes, Scott Fitzgerald também teve um de seus contos (O Curioso Caso de Benjamin Button) adaptado para o cinema, mais uma vez por… David Fincher!

SENHOR DOS ANÉIS: não poderia encerrar esse post sobre adaptações sem citar a obra de Tolkien, lançada em 1954 e considerada por décadas como impossível de ser adaptada ao cinema, até que Peter Jackson aceitou o desafio e lançou o primeiro filme em 2001. O filme ressuscitou para uma nova geração as obras de Tolkien, verdadeiros tesouros do gênero da fantasia. Após a conclusão da trilogia em 2003, Peter Jackson também filmou O Hobbit, do mesmo autor, com a primeira parte lançada em 2012 e a última prevista para 2014.

Eu sei que existem centenas (talvez milhares) de outras adaptações de livros para o cinema, então eu pergunto: que outra obra eu deveria ter citado? E que livro você gostaria de ver adaptado para o cinema, mas ainda não foi?

E aguardem… Há mais novidades a caminho!

Até o domingo que vem, com mais um… PENSANDO JUNTO!

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Aproveitando o tema de hoje, aproveito para avisar a todos os leitores que semana passada eu lancei um canal no YouTube chamado “Acabou de Acabar”. A proposta é comentar sobre um filme, logo assim que ele termina, ainda saindo do cinema. São vídeos curtos, de menos de 5 minutos, que podem ser assistidos se você tem dúvida se deve ver algum filme. Se você tem interesse em cinema e no canal, inscreva-se aqui e fique sabendo das novidades e lançamentos.

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