Premiações e qualidade: o bom não é questão de opinião?

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Todos os anos, os fãs de qualquer arte costumam acompanhar as distinções que premiam os maiores destaques em cada categoria. Se você é fã de cinema, acompanhará o Oscar; se for de música, o Grammy; e se for de literatura, o Nobel de Literatura e, aqui no Brasil, muito provavelmente, o Jabuti, entre outros prêmios.

Cada um desses prêmios possui um sindicato, ou um grupo, de pessoas especializadas, sejam elas críticos ou até mesmo apenas pessoas influentes de cada meio. Os integrantes veem os indicados a cada categoria e, baseado em seus conhecimentos votam no que, para si, consideram como melhor.

Mas o conceito de melhor precisa ser relativizado nos dias atuais. Afinal, o grande público (que não se dedicou a estudar academicamente o assunto) também não possui uma opinião? Que pode, até mesmo, ou não convergir com as do então especialistas? O que torna então os estudiosos mais relevantes que o povo? O conhecimento?

A elevação de tais opiniões ao mais alto patamar leva a maioria das pessoas a invalidar a sua própria opinião. Estas não aguentam o fato de seu pensar ser apenas mais um em meio a uma multidão e simplesmente preferem se misturar na massa reconhecida e homogênea. Proponho uma experiência. Em meio a uma discussão de qualidade de cinema, ou de música, ou de literatura tente se opor a todos os pontos de vista que se apoiem nas decisões feitas pelas Academias. Veja quantos olhares tortos receberá graças à sua divergência.

Esta homogeneização das ideias tem muito a ver com a falta de pluralidade de pensamentos a que todos estamos expostos atualmente. Poucos são aqueles que veem o mundo sem se afetar por opiniões alheias e, a partir da sua própria análise, formam ideias próprias. O comodismo de pertencer ou a preguiça de se desvencilhar da massa alienada é crescente e preocupante.

Para a alegria geral dos comandantes do mundo, as disparidades intelectuais andam diminuindo. Todos abrem mão de suas opiniões pessoais para buscarem o reconhecimento coletivo. A unidade torna-se inimiga da massa.

Um caso de Admirável Mundo Novo?

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