Qual livro da Coleção Vaga-Lume marcou sua infância? 7 Respostas dos colaboradores do Homo Literatus

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Qual livro da Coleção Vaga-Lume marcou sua infância? 7 Respostas dos colaboradores do Homo Literatus
Colaboradores do Homo Literatus respondem à pergunta: qual livro da Coleção Vaga-Lume marcou sua infância?

Sempre que citamos a Coleção Vaga-Lume aqui no site, somos tomados por uma espécie de nostalgia. Se a leitura é algo mágico, para muita gente esta coleção foi a porta de entrada para o hábito de ler. Entre nossos colaboradores, não é diferente. Por isso, criamos esta lista de obras que despertam lembranças de tardes e noites em que as palavras nos conduziam às aventuras. Não entraram na nossa lista, mas certamente deve estar na sua: Spharion, de Lúcia Machado de Almeida; A ilha perdida, de Maria José Dupré; A turma da Rua Quinze, de Marçal Aquino; Deu a louca no tempo, de Marcelo Duarte; O Caso da Borboleta Atíria, de Lucia Machado de Almeida; e Aventuras de Xisto, de Lucia Machado de Almeida.

Veja quais obras entraram na nossa lista:

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Açúcar Amargo, de Luiz Puntel | Por Clara Madrigano

acucar-amargo-luiz-puntelAçúcar Amargo foi um livrinho que comprei quando ainda estava no colégio. Parte da vasta Coleção Vaga-Lume, eu não sabia muito bem o que esperar da história. Nunca havia lido nada de seu autor, Luiz Puntel, e estava encantada demais por Harry Potter para abrir mão das minhas fantasias e cair em uma trama mais realista. Besteira minha: não que Açúcar Amargo não seja realista, porque é; de forma bem dolorida, às vezes, sem feitiços que salvem as personagens. Mas Açúcar Amargo também é permeado de esperança. É sobre lutar por e conseguir seus direitos. É sobre feminismo. É sobre escapar da exploração e revolucionar aquilo que você pode, com a grande arma que você tem: sua voz.

zezinho-o-dono-da-porquinha-preta-jair-vitoriaZezinho, o dono da porquinha preta, de Jair Vitória | Por Vilto Reis

Nunca entendi por que sempre preferi personagens que lutam contra a repressão. Até este momento, quando parei para escrever sobre um dos meus livros preferidos da Coleção Vaga-Lume. Zezinho, o dono da porquinha preta narra a trajetória de um menino que desafia o pai autoritário, posto que este quer vender a porquinha preta de estimação da família. Zezinho tem uma causa que o motiva a lutar contra algo que lhe é imposto, mesmo que isso cause a ele uma surra violenta do pai. Há algo de mártir que se esconde nesta história, mas mais do que isso, um sentimento de que vale a pena lutar por algo.

O Mistério do Cinco Estrelas, de Marcos Rey | Por Marcela Güther

Um corpo encontrado pelo mensageiro do Emperor Park Hotel é o que envolve O Mistério do Cinco Estrelas (1981), de Marcos Rey, obra que pode ser considerada a responsável pelo início do meu vício em leitura. Lembro, quando pequena, do exato momento em que peguei o livro na biblioteca da escola – uma versão antiga, surrada pelo tempo, com a capa cheia de durex. Confesso que ele ia ter o mesmo destino que os outros até então: uma longa estadia dentro de minha mochila até a data de devolução. Porém, este autor me fisgou e acabei devorando todos os seus livros da coleção Vaga-Lume existentes no acervo, numa fome por mais mistérios, crimes a serem desvendados, investigações, enfim, todo esse clima de suspense que Rey conseguia criar em suas obras infanto-juvenis.

 

O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida | Por Eliane Boscato

Na adolescência gostava de ler romances de mistério, espionagem e policiais, e um deles foi O Escaravelho do Diabo, o título forte me chamou a atenção. Um clássico da literatura infanto-juvenil escrito por Lúcia Machado de Almeida, o Escaravelho foi lançado em 1972 na Série Vaga-Lume e até hoje foram feitas 27 edições deste livro. Lúcia Machado de Almeida nasceu em 1910, em Minas Gerais e faleceu em 2005 em Indaiatuba, São Paulo. Era de uma família de escritores e tia de Maria Clara Machado. A narrativa do livro de fácil compreensão prende a atenção do leitor, e tem início quando o protagonista Alberto tem seu irmão morto por um serial killer que só mata pessoas ruivas, mas o detalhe intrigante é que todas elas, antes de morrer, recebem um escaravelho de presente. Foi o que aconteceu com Hugo, irmão do protagonista, o primeiro a ser assassinado, que ao receber um embrulho com o inseto pensou tratar-se de uma brincadeira dos amigos, mas na manhã seguinte foi encontrado morto com uma espada cravada no peito. A partir daí outras pessoas são assassinadas de formas diversas e próximo ao corpo de todas elas o mesmo inseto é encontrado. Outras personagens aparecem, como o inspetor de polícia que investiga os casos, Verônica, uma órfã pela qual Alberto se apaixona, uma dona de pensão e um cientista. O escaravelho é o grande mistério da trama, são besouros pesados e coloridos e entre eles encontra-se o famoso Escaravelho Sagrado, um inseto mitológico para os antigos egípcios, considerado um símbolo de ressurreição. A adaptação do livro para o cinema começou a ser rodada este ano no interior de São Paulo com direção do estreante Carlo Milani, tendo o ator Marcos Caruso no elenco e com estréia prevista para o segundo semestre.

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Um_Cadaver_Ouve_RadioUm Cadáver Ouve Rádio, de Marcos Rey | Por Luísa Gonçalves

A coleção vagalume foi responsável pela descoberta da minha paixão pela leitura. Antes de conhecê-la eu apenas lia, depois dela passei a fazer minhas primeiras descobertas como leitora (e devorar assiduamente todos os livros que encontrava da coleção). Comecei lendo O Mistério do Cinco Estrelas por influência de uma tia– já aos pedaços, miolo para um lado e capa para o outro. Parti lendo muitos outros marcantes como Um Cadáver Ouve Rádio, que envolve o assassinato de um pobre sanfoneiro, e as aventuras dos amigos Leo, Gino e Ângela nas investigações deste mistério. Uma coisa é certa: não há nada melhor do que encontrar em sebos edições antigas da coleção e mergulhar em novas aventuras com o Luminoso.

O fantasma de Tio WilliamO fantasma de tio William, de Rubens Francisco Lucchetti | Por André Caniato

Magda ama John, que parece amar Carmen, que pode até ser que ame John, mas que gosta mesmo é de fama e dinheiro. É nessa confusão maravilhosa, e contando ainda com o envolvimento de um fantasma inglês, que começa O fantasma de tio William, livro do notório R.F. Lucchetti que foi publicado em folhetim na década de 1940, editado em 1974 pela editora Cedibra e adaptado pelo autor para a Série Vaga-Lume nos anos 90. Fui dar com esse livro pela primeira vez agora, em 2015, como parte de minha (ainda não terminada) busca por livros do autor e me apaixonei — não é, portanto, a nostalgia que me afeta julgamento. Além de O fantasma de tio William, Lucchetti é conhecido por assinar a autoria de mais de mil livros, sendo chamado por alguns de “o Papa da Pulp Fiction”.

A mina de ouro, de Maria José Dupré | Por Cecilia Garcia Marcon

Olha, não era fácil chamar-se Cecília na minha época. E o livro A mina de ouro me fez ficar em paz com a zoeira que meu nome sofria na sala, pois o pentelho era neto de uma Cecília. A protagonista, minha xará, com seus amigos, vai explorar uma região e acaba ficando presa com eles em uma mina de ouro. Uma aventura bem construída e interessante, com um final que eu não tinha conseguido imaginar, foi uma experiência que me abriu portas para tantos outros títulos da coleção e, assim, passei a frequentar a biblioteca pública da cidade com a minha mãe. Li A mina de ouro mais de cinco vezes, com certeza, e lembro até hoje, com carinho, dos perrengues que eles passaram dentro daquela mina.

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E você, qual livro da coleção Vaga-Lume marcou sua infância?

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