Qual o saldo literário de 2016?

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Alguém arrisca o saldo de 2016 na literatura?

Chegamos então ao fim do ano em que mais se ouviu nos corredores da vida: acaba logo, 2016. E não por menos. Fazendo uma leve retrospectiva, foi um ano de desastres, perdas, quedas, golpes (interprete como quiser) e desgaste.

Na literatura não foi menos. Foi ano de mortes, como naquele 2014 em que a perda de grandes nomes abalou a literatura mundial. 2016 levou consigo Ferreira Gullar, Umberto Eco e Harper Lee. Fora os outros inúmeros nomes da literatura não tão conhecida em terras brasileiras. Perdemos também Bowie, um grande poeta da música. O ano foi tão fora da curva que o Nobel foi a um outro poeta músico, que não aquele intitulado escritor. Merecido? Não cabe um julgamento agora, mas reitero o balanço geral quando a notícia surgiu.

Chegamos a um dezembro com polêmicas no mercado. Desde novembro, quando noticiou seu encerramento, a Cosac Naify vem causando notícia e a desse ano foi que seu estoque restante viraria lixo. Em última nota, a Amazon comprou esse estoque. O que será dele? Talvez mais um ano de promoções.

Esse foi o ano que o best-seller de Harry Potter talvez tenha vendido mais na sua versão inglesa do que a traduzida (demorou pra sair?). E indiretamente balançou os números de vendas – o mercado editorial teve uma queda de 13,21%. Não teve o boom dos livros de colorir, que né, deviam estar na categoria livros?

2016 foi o ano em que vários eventos literários foram cancelados. Alguns até anunciaram a promessa de voltar em 2017, mas o medo paira entre os escritores e em especial entre os estreantes que têm nesse tipo de evento um pilar pra surgir como autor.

Teve coisa boa em 2016? Claro que teve! Escritores maravilhosos foram premiados (entre eles, o número de mulheres tem se destacado), o mercado editorial independente cresceu e muito livro bom saiu no mercado. O desejo é que essas frentes sejam as lembradas em 2017. Ano futuro esse, tão próximo, e que já virá carregado de esperança para um novo momento literário e editorial.

Acaba logo, 2016!

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