Quando eu fui pra Marte – parte I – William Glück

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– Não era tudo vermelho como eu esperava nem tão marrom-claro como nas fotos da Nasa. Parecia aquele barro barro sabe, marrom bem marrom…parece que repetir as palavras faz com que você consiga imaginar…

Assenti sem falar nada… Ele olhava pras mãos sempre que parava de falar, dos dois lados, virando lentamente como que procurando uma mancha.

– Eu fui andando… E que surpresa quando vi aquelas marcas de pneu sabe?

Eu não demonstrava mas estava sinceramente empolgado com a história…sempre gostei de viagens espaciais.

– E daí? Você seguiu as marcas de pneu?

– Sim sim…fui andando bem com calma…tava na esperança de ver algum dos robôs dando uma passeada. Dei uma escorregada num morrinho desbarrancado e quase caí, quando me aprumei olhei pra frente e vi ela; era uma estrutura enorme de ferro…deve ser moradia de alguém,  pensei. Cheguei bem devagar e logo na entrada ele apareceu…

– Um alienígena?

– Não não, era gente mesmo…um senhor meio velho, barriguinha de quem relaxou um pouco nos últimos meses.

Parecia meu pai, ri por dentro.

– Logo na porta ele me perguntou ” Como o senhor chegou aqui?” Vim junto com a nave que trouxe a Curiosity pra cá, respondi de pronto.

A história se estendeu por mais 10 minutos, com detalhes da comida, clima, lugares visitados. Saindo de lá após a janta eu estava decidido… Vou pra Marte também!

Continua…

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