Quinta da poesia – Luto

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“Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 
Onde está, ó inferno, a tua vitória?”
1Cor 15: 55

 

Dói! Ver um amigo ou familiar sendo tragado pela morte dói. Saber que ele não estará mais ao nosso lado, saber que não estaremos mais vendo suas risadas, ouvindo suas palavras, que não estaremos mais lutando juntos neste campo de batalha que é a vida. Sábado perdi um amigo irmão, do tipo que vai entrando na nossa casa sem muitas formalidades, que já chegava exigindo um bom mate amargo. Pois é, justo meu companheiro de mateadas, prosa e alcatra. Faleceu André, também conhecido como Guerreiro, vítima de um acidente de trânsito, o único consolo que resta é o de saber que agora ele está em um lugar melhor e que um dia nos veremos novamente. Como estou de luto o Quinta da Poesia vai seguir este ritmo, peço para que estejam ao meu lado e chorem comigo.

Iniciamos com a chegada do poeta de mesmo nome do finado, já como uma ação profética, o mesmo me envia este poema semana passada. Não acredito em coincidências, apenas em providências. Vejamos então um dos reais impactos da morte:

 


Desigualdade
Um sentia-se mais vivo a cada nova respiração,
Outro pelo mesmo fato sentia-se
Cada vez mais perto da morte.
Os dois morreram,
Só um viveu.
André P. Duarte

 

Serenidade vem de Serenita, nos chamando a lucidez novamente, colocando os pingos nos is, pois durante a dor, podemos ficar atordoados, sem o juízo perfeito das coisas, convido-os a estarem conosco em meio às:

PERDAS…
Fácil? Claro que não é, pois somos ensinados a ganhar
Brigamos pelo brinquedo e pelo amor de nossos pais.
Quando nos tornamos adultos, mais difícil fica aceitar
Quando um querido vai embora, nem viver queremos mais.
Mas as perdas são necessárias, mesmo nos fazendo chorar.
A vida nem sempre é fácil, o importante é continuar.
Não guarde mágoas de Deus, pois isso faz parte da caminhada.
Somos peregrinos nesta terra, é mais além nossa morada.
Já se foram muitos amigos, mãe e alguns irmãos.
A falta é muito grande, mas superada pelas recordações.
Chore! Lave a alma, faça o luto acontecer!
Mas mesmo com dificuldades, por favor, não desista de viver.

Serenita Rienzo

 

O último poema de hoje é de minha autoria, foi feito no domingo antes do falecimento, estava sem título, após o enterro de meu irmão pude perceber o porquê, então deixo este poema como tributo ao meu grande amigo André Philipe Oliveira, que deixa muitas saudades e a alegria de tê-lo conhecido:

Deus de Campanha – Vai Guerreiro

Meu Deus é Guapo
Soberano e Poderoso
E eu aqui deitado
Recebendo o renovo

Meu Deus é certeiro
O senhor dos exércitos
E eu me levanto
Para ser seu arqueiro

Para acertar sua flecha
No coração do guerreiro
O projétil atinge
E revive o campeiro

Morre o Velho homem
Nasce o verdadeiro
Transformados nós somos
Em um grande celeiro

Mas não ficamos parados
Sua semente espraiamos
Para uma grande seara
Uma cruz nós plantemos

Na peleia sagrada
Morre o choro e a dor
Não nos resta mais nada
a não ser o amor

Juliano Rodrigues

 

Venha participar conosco deste  Sarau virtual, toda a quinta nos encontramos aqui. Bem como, envie seus poemas para [email protected], pois o que é publicado aqui vem do público, por vezes algo meu, sempre seguindo um tema, este é um espaço aberto e plural para todos. Então, leia, sinta, ame, curta, comente, participe! Vamos todos viver de poesia em comunhão.

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