Quinta da Poesia – Um Trio para Amar

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“Um é pouco
Dois é bom
Três é demais”
Heckel Tavares

Pessoas, hábitos e lugares são um trio que enunciam nossa felicidade e verdadeira prosperidade, não aquela prosperidade do dinheiro, mas a prosperidade real de bem viver. Logo, hoje neste sarau virtual desejo lidar com este trio e ver o que gostamos, amamos e fazemos em comum.
Inicio com um poema sem nome, de uma das poetas que mais admiro na atualidade, Flávia, que significa dourada, vem nos trazer a riqueza das pessoas que ama, contemplemos então a sabedoria deste belo poema:

Gosto de pessoas que revelam sua alma no abraço
no olhar
no simples toque
gosto de pessoas que são alérgicas a máscaras
que evitam óculos
e não usam fantasias
gosto de pessoas simples e serenas
de pessoas corajosas e de alma grande.

Flávia Quevedo Trindade

Hábitos trazem consigo a dinâmica da vida, o que fazemos diz muito do que somos e para onde estamos indo, ao percebermos quais de nossos afazeres mais amamos traçamos uma rota importante no auto conhecimento e na realização de nossos sonhos. O segundo poema é de minha autoria e enuncia meu hábito predileto, aquilo que me liberta, espero que apreciem conhecer um pouco mais do meu viver, e que aqueles que também escrevem se identifiquem:

Escrever é Amar

Escrever
é amar as palavras
Amar o interlocutor a tal ponto
de querer partilhar
algo com ele

Escrever
é amar a si próprio
pois valorizamos
nossas experiências
pensamentos

Escrever
é amar a arte
desejar fazer parte
ser parte
Ser obra de arte

Escrever
é amar o saber
contemplar o conhecer
é aprender a fazer
o sabor de saber

Escrever
é amar a Deus
a Palavra
o Verbo vivo
é amar viver

Juliano Rodrigues

Os lugares, eles dizem muito de nós, quem somos de onde viemos, onde habitamos. Meu amigo, irmão e papai Daniel vem nos trazer um poema, com fantásticas lembranças do lugar onde esteve, nos trazendo à tona o porquê de estar em outro lugar, da necessidade de mudança, me identifico muito com este poema, pois, vim de realidade similar. Enfim, um ode à vida bucólica!

De onde tu vens cumpadi?

Venho lá de traz do rio
Onde a terra faz a volta
Onde o mundo é mais frio
Onde há muita revolta

Lá da terra de gigantes
Onde tudo é de granito
Vim prá cá acalmar minha alma
Afagar o meu espírito

Mas já vou cair na estrada
Aqui arde muito o chão
De onde venho a boca cala
Fala só o coração

Boca grande come chumbo
Pra não chamar atenção
Ninguém ouve, ninguém vê
Só o som da construção
Venho de onde a morte é fria
E a vida ocasião
Venho lá da capital
Cidade grande meu irmão.

Daniel M. Morand

Venha participar conosco deste Sarau virtual, toda a quinta nos encontramos aqui. Bem como, envie seus poemas para [email protected], pois o que é publicado aqui vem do público, por vezes algo meu, sempre seguindo um tema, este é um espaço aberto e plural para todos. Então, leia, sinta, ame, curta, comente, participe! Vamos todos viver de poesia em comunhão.

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