“Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de inseto.”
Assim inicia-se a mais conhecida obra de Kafka ao lado de “O processo”. A curiosidade que me moveu a lê-la não saiu decepcionada, embora surpreendida com a forma fria e fria que o autor narra a história.
Para sintetizar, a narrativa conta a história de Gregor Samsa, um caixeiro viajante que em certa manhã acorda transformado em um inseto gigante. Sendo aquele que provinha o sustento da casa o ocorrido acaba causando transtornos na estrutura de sua família, que além de Gregor conta com o Sr. e a Sra. Samsa e a filha do casal Grete Samsa. Kafka se utiliza do absurdo da situação para expor as incoerências da família enquanto estrutura social, por exemplo na parte em que o pai quase agride o filho metamorfoseado: “E armado com a outra mão com um grande jornal que estava sobre a mesa, preparou-se dando forte patada no solo, esgrimindo papel e bastão, para fazer retroceder até o quarto“. O trabalho mecanicista também é criticado pelo autor, como no trecho: “… ele era só um homem do chefe.”, ou quando o gerente vai até a casa de Gregor e fica a bater na porta do quarto, já que o rapaz não quer sair naquela forma repugnante: “Senhor Samsa – disse por fim o gerente elevando a voz – o que significa isso, o senhor se entricherou em seu quarto?“.
Um fato interessante do livro é a forma como o protagonista encara a situação, avaliando e observando seus novos hábitos sem se desesperar por aquilo que se tornou.
Não posso afirmar que entrará na minha lista de livros preferidos, mas com certeza entrou naquela dos que mais me chamaram a atenção.