Resenha: Capitães da Areia – Jorge Amado

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Jorge Amado escrevendo Dona Flor com ajuda do gato Nacib.Jorge Amado escrevendo Dona Flor com ajuda do gato Nacib

Há tempo que ouvia falar deste livro. Diziam-me que este sim deveria ser uma leitura obrigatória na escola. Avesso que sou às leituras obrigatórias, discordo; porém, entendo o argumento no que concerne à validade da leitura da obra.

Capitães da Areia, de Jorge Amado, que completaria cem anos este ano, é um livro de narrativa ágil. Principia-se através das notícias do jornal de Salvador, por volta da década de vinte – dedução minha, não há uma data certa –; o qual retrata as ações de certos “delinquentes”, os Capitães da Areia. Os garotos em questão moram num trapiche e sobrevivem através de pequenos furtos. São meninos de rua, mas que vivem como homens, tendo que dar conta da própria vida. Nas reviravoltas do livro, o autor constrói várias subtramas arquitetadas em direção ao final preciso, que se não é o esperado, pelo menos parece um consolo emocional para quem lê o livro.

Jorge Amado coloca lágrimas e muita emoção na pena. É impossível não se deixar levar pela história dos garotos: Pedro Bala, Volta-Seca, Pirulito, Professor, Dora, entre outros. Eu mesmo não me envergonho de dizer que contive o choro diante do envolvimento com a leitura.

Para concluir, o livro carrega a crítica social sobre a falta de oportunidades e marginalizações de quem mora nas ruas. Sua mensagem de superação e de coragem, no entanto, é um alento para corações revolucionários.

“A felicidade ilumina o rosto de Pedro Bala. Para ele veio também a paz da noite. Porque agora sabe que ela brilhará para ele entre mil estrelas no céu sem igual da cidade negra.”

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