Resenha: Coisas Frágeis 2 – Neil Gaiman

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Posso afirmar, de cara, que o primeiro livro é bem melhor. Neil Gaiman é um escritor memorável, mas nesta continuação a impressão que temos é que estamos lendo o que sobrou do livro um. Diferente do primeiro, que tinha contos longos, este tem, praticamente, só contos curtos, no entanto há alguns que salvam o livro.

Pó Amargo é uma boa história, fala de um sujeito falido que troca de identidade com um acadêmico e acaba parando num congresso de antropologia, lá ele se envolve com prostitutas que lhe explicam o mito das meninas negras zumbis que vendiam café em Porto Príncipe há alguns séculos;
Gostei relativamente de Noivas Proibidas dos Escravos sem Rosto na Casa Secreta da Noite do Temível Desejo, tem algumas viradas interessantes;
O último conto do livro, Inventando Aladim, também é bom. Gaiman reconta a história das Mil e Uma Noites de uma forma rápida, em quatro páginas, e interessante; colocando Sherazade na aflição de uma escritora;
O Dia dos Namorados do Arlequim, que virou adaptação quadrinística por John Bolton – A Paixão do Arlequim – é muito bom, uma história inteligente e inusitada;
Meus dois contos preferidos foram Os Outros e No Final. O primeiro pelas possibilidades de um julgamento final no inferno; o último pela releitura da passagem da expulsão do jardim do Éden.

Os poemas que há no livro, segundo Gaiman, são pra serem aproveitados, pois mesmo sem eles a obra seria publicada.
A capa é mais bonita que a do primeiro, que também é incrível.
Vale a leitura, mas só depois que já tiver lido o primeiro livro.

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