Essa gente deve saber quem somos e contar que estamos aqui!
Neil Gaiman mostra por que é um dos maiores escritores da atualidade. O criador de Sandman esbanja talento na arte de criar histórias também no livro Coisas Frágeis. Na introdução, o autor revela que ao começar a selecionar os contos que seriam publicados nesta coletânea, pensou em usar a frase que está em destaque acima, mas logo que as histórias foram sendo escolhidas, ele viu que teria que dar outro título. “Acho… que prefiro me lembrar de uma vida desperdiçada com coisas frágeis, a uma vida gasta evitando a dívida moral”, foi isso que Gaiman, criador de um quadrinho de sucesso sobre o senhor dos sonhos, sonhou. Não entendeu o que estas palavras queriam dizer, no entanto as deixou anotadas. Certo dia, o autor recebeu o CD As Smart as We Are, da One Ring Zero, e o verso de uma música falava de “coisas frágeis”, ele se perguntou o que queriam dizer com aquilo? E então resolveu chamar a coletânea com este título.
Os contos de Gaiman associam fantasia à nossa vivência atual, nossas cidades ou tempos. Confesso que tenho uma queda pelo estilo.
Entre os contos que mais me chamaram a atenção estão: A Vez de Outubro, principalmente por ter uma história dentro de outra e pelos arrepios; O Problema de Susan, por sugerir o que aconteceu com a Susan de Crônicas de Nárnia depois que seus irmão foram para o paraíso, embora propositalmente Gaiman não dê certeza que seja realmente ela; Golias, pela sugestão de realidades alternativas, um tema que gosto muito, e das ilusões da vida; e o último conto, O Monarca do Vale, que traz à cena Shadow, o personagem principal do romance Deuses Americanos (Já resenhado aqui no blog).
Os outros contos são: Um Estudo em Esmeralda, Lembranças e Tesouros, Os Fatos no Caso da Partida da Senhorita Finch, Como Conversar com Garotas em Festas e O Pássaro-do-Sol.
Realmente vale a leitura. Em breve postarei a resenha de Coisas Frágeis 2.
Ilustração no começo do livro: