Resenha: Descobrindo Aríete – Um Transe Arriscado – Gisele Corrêa

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Certo, lá vou eu pagar uma dívida de muito tempo (desde antes da criação do Homo Literatus, acho). Para quem não sabe, esta resenha é de um livro da nossa colunista Gisele Corrêa, autora de maior quantidade de posts da história do site (também da booksérie A Filha do Senador); mas vamos ao livro!

Eu havia acabado de ler O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, um livro que exige do leitor; e comecei a ler, simultaneamente, Uivo de outros poemas, de Allen Ginsberg e Descobrindo Aríete. Depois de uma leitura pesada e os versos agônicos do poeta da geração Beat, ler o livro de Gisele Corrêa foi uma espécie de oásis em meio ao deserto.

ArieteO livro conta a história de Flávia, uma engenheira bem sucedida, mas que vive o marasmo de uma vida sem muitas emoções. No entanto, certo dia ela resolve quebrar a rotina após o DVD que ela tinha alugado não funcionar de forma alguma. Flávia vai ao Café Brasil e acaba conhecendo Pedro, com passa pouco a pouco a ter um relacionamento. Neste ínterim, ela descobre num móvel antigo, que pertenceu à sua família, um diário antigo e um estranho brasão e é aí que aventura começa. De pista em pista, o casal, com a ajuda da irmã mais nova de Flávia, Aninha, vão desvendando o mistério que envolve a família da protagonista.

O que este livro tem de novo em relação a outros do gênero?

Principalmente, a fórmula. A Gisele fugiu do formato definido, e já repetido exaustivamente, de Arthur Conan Doyle, em Sherlock Holmes. Nada de uma dupla, em que há uma mente brilhante e as provas vão se juntando através de percepções miraculosas, como a maioria tenta imitar, em tentativas miseravelmente ruins. Não, a autora recria o formato, através do triângulo, utilizando-se de seus personagens que surpreendem o leitor a cada página.

Não escondo de ninguém que este tipo de “aventura Young Adult” está muito longe de ser meu gênero preferido. Não tenho preconceitos, mas é um gênero que não me atrai (sim, eu sou um velho rabujento, na pele de um moleque de 20 anos). Contudo, o livro da Gisele Corrêa me pegou, ela soube equilibrar na balança o fator mistério e o romance de Flávia e Pedro.

Eu realmente gostei do livro, é daqueles para se ter na estante, pois não é sempre que nos dispomos a encarar tomos literários; às vezes é preciso simplesmente ler por prazer e mais nada. Descobrindo Aríete – Um Transe Arriscado, de Gisele Corrêa, cumpre bem este papel.

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