Assim como eu leio ouvindo música, te indicaria ”Anybody There do The Script” ao ler esta resenha…
Sabe quando um livro te conquista desde a primeira pagina, pois então, eu devorei este livro, nos meus 15 minutos no café da manha no trabalho, na hora do almoço, quando Niesley e Mônica deixavam e não estavam fazendo cócegas em mim, ou mexendo na minha orelha, ou girando o dedo acima da minha testa, ou me perguntando como eu consigo ler ouvindo musica, e até porque eu levo o livro?!
Creio que você possa não entender, varias das coisas que eu disser aqui, mas quando você estiver lendo ”A Culpa é das Estrelas”, você ira lembrar de minhas palavras, e entender mesmo que vagamente… Na verdade, não tenho muito o que falar sobre ele, é daquele tipo que tem que ser sentido, chorado, sorrido e vivido – isso tudo sem fôlego algum…
Alias sou péssima pra fazer resenhas, não gosto de descrever a historia em si, já tem tanta gente que faz isso, e quando um livro me ensina algo novo, uma outra percepção da vida, é super difícil falar o que realmente senti com tudo aquilo, pois fico dias e dias revivendo a historia toda, e sinto também aquela clássica ressaca, de falta dos personagens… então, prefiro deixar este sentimento –confuso- registrado e que, este se tornou meu terceiro livro preferido…
Alguma vez você já parou pra pensar como a vida pode ser de varias maneira, injusta e até irônica?!
Essa historia, não é uma realidade de todo dia , entende?! É um lado da vida que nós, pessoas saudáveis evitamos ver, talvez por amor próprio, ou apenas para não se sentir culpado por estar bem…
Ouvi uma vez, num filme uma frase que dizia o seguinte…”A vida não é as vezes que você respirou e sim, as vezes que você perdeu o fôlego…” e faz todo o sentido…
Hazel achava crianças correndo ao seu redor um deboche ao seus pulmões, eu queria ceder pra ela todo aquele ar que, ela me tirou…
De um jeito verdadeiro e simples, mas tipo incrível, Hazel Grace, nós mostrar como é conviver com a ideia ”morrer”, um dia após o outro, sem um futuro pra pensar, ou como ela diria melhor do que eu:
” Eu sou uma granada — repeti. — Só quero ficar longe das pessoas, ler livros, pensar e ficar com vocês dois, porque não há nada que eu possa fazer para não ferir vocês; vocês estão envolvidos demais, por isso me deixem fazer isso, tá? Não estou deprimida. Não preciso sair mais. E não posso ser uma adolescente normal porque sou uma granada.”
Ela foi diagnosticada com câncer (terminal) na tireoide com metástase nos pulmões, aos treze anos, desde então os médicos tentam prolongar os seus dias, agora com dezesseis anos, ela sempre esta com cateter no nariz e ligada a um carrinho de oxigênio, o que ela costuma chamar de ‘Felipe’, não costuma sair muito de casa, e a mãe enche o saco dela pra ser uma adolescente normal, ate que a convence a ir num grupo de apoio pra quem tem câncer e é la que ela conhece Augustus Waters, um cara incrível, ex-jogador de basquete, que esta recuperado de um osteossarcoma (câncer nos ossos) há mais ou menos um ano e agora sem uma perna, com aqueles olhos azuis, um sorriso torto, e uma metáfora… Ate ele aparecer, Hazel Grace estava tentando não ser uma granada, mas juntos eles criaram uma terceira dimensão só deles, alem de escrever um pequeno infinito sobre estrelas cruzadas …
Pensar em ser esquecido é um efeito colateral de se estar morrendo,e como diria o Gus:
”Sim,eu tenho medo do esquecimento terreno. Mas, quer dizer, não quero parecer meu pai nem minha mãe falando, mas acredito que os seres humanos têm alma, e acredito na manutenção da alma. O medo do esquecimento é outra coisa, o medo de não ser capaz de dar a minha vida em troca de nada. Se você não vive uma vida a serviço de um bem maior,precisa pelo menos morrer uma morte a serviço de um bem maior, sabe? E eu tenho medo de não ter nem uma vida nem uma morte que signifique alguma coisa.”
E como diria o Charlie do meu livro preferido de todos – ”As vezes é muito mais fácil não saber das coisas ”(ou dos finais), mas sei que na vida nunca há finais felizes, e a Hazel Grace, apesar de tudo, continua sendo uma granada… Digo ‘continua’, pois não acredito que os personagens se percam depois que um livro acaba, eles vão viver pra sempre comigo…
Hazel e Augustus vocês me deram uma eternidade nestes dias numerados, sou muito grata por isso e não trocaria por nada neste mundo… Ook
P.S. Tenho que comentar uma coisa, -risos-, na verdade é um recado pra Hazel ”Pra subir escada você perde o fôlego né!!!”
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Mikaela Dutra (autora da resenha) tem 20 anos, mora em Capim Branco/MG; e acompanha o blog Homo Literatus.