Aviso Importante! Se você não leu o primeiro livro da série Jogos Vorazes para de ler a resenha antes mesmo de começar! Ela contém spoilers =P
O segundo livro da série Jogos Vorazes se inicia com algo inédito para Katniss e Peeta e para toda a população de Panem. Após 74 edições dos jogos, nos quais restava sempre apenas um participante para contar a história, os dois voltam vivos e vitoriosos para casa.
Além de conseguirem esta façanha, a vida dos dois, a partir da volta ao distrito 12, muda completamente. Agora eles vivem na Vila dos vitoriosos, e diferente de antes não precisam mais se preocupar com a fome ou com o bem estar de suas famílias. Mas ao contrário do que pensamos, nem tudo fica as mil maravilhas.
Ao salvar a sua vida e a de Peeta, Katniss desafiou a Capital e suas regras, se tornando um símbolo de rebeldia e liderança para os demais distritos de Panem. Agora ela representa o que todos os outros gostariam de ter: liberdade e esperança de dias melhores, e isso não passou despercebido pelos ‘olhos’ da Capital. Revoltas começam a se formar em vários distritos e para controlá-las, Katniss é forçada pelo presidente Snow a continuar o jogo que ela criou com Peeta na arena, dizendo que tudo que ela fez foi por amor e não para desafiar o sistema, fingindo assim estar apaixonada por Peeta.
Mas nem mesmo forçar Katniss a fingir ter feito tudo o que fez por amor a Peeta parece deixar a Capital satisfeita. As vésperas do que todos conhecem como “O Massacre”, uma edição dos jogos vorazes que acontece a cada 25 anos, reunindo os vencedores dos jogos passados para duelarem entre se até a morte na arena, a Capital consegue um jeito de colocar Katniss nos jogos novamente.
“Sem hesitar, ele lê: – No aniversário de setenta e cinco anos, para que os rebeldes não se esqueçam de que até o mais forte dentre eles não pode superar o poder da Capital, o tributo masculino e o tributo feminino serão coletados a partir do rol de vitoriosos vivos.”.
Neste livro percebemos mais claramente as questões políticas e o poder que a capital exerce sobre a vida de seus cidadãos e que ela sempre está disposta a agir para manter-se desta forma e o quanto Katniss e Peeta são “joguetes” nas mãos de interesses diversos. Ao longo da leitura de “Em Chamas” vemos o que a capital faz para atingir diretamente a vida dos dois, mas que afeta também toda Panem.
Assim como no primeiro livro, os personagens são interessantes e cativantes e a leitura criada por Suzanne Collins é instigante e fluida.
Em “Em Chamas” somos apresentados a novos personagens, que nos acompanharão no próximo livro, como Finnick e Johanna, que crescem na série e de indiferentes passam a grandes e marcantes. Também nos aproximamos mais de Haymitch, Cinna e Gale que já apareciam no primeiro livro e nos envolvemos ainda mais com Katniss, assim como os cidadãos dos distritos de Panem.
“O que acontece em seguida não é um acidente. É muito bem-executado para ser algo espontâneo, porque acontece em total uníssono. Todas as pessoas na multidão pressionam os três dedos médios de suas mãos esquerdas contra os lábios e o estendem em minha direção.”
O livro pode ser um choque de realidade quando percebemos que até aqueles em que Katbiss mais confia estão mentido para ela. Suzanne Collins mais uma vez transpôs a barreira entre o leitor e o livro, fazendo com que haja a interação entre ambos. Ela criou um cenário, uma história que há tempos não via, se comparado com outros livros juvenis dos últimos anos, pois mistura todos os elementos que vemos em livros por ai, mas tem um ‘Q’ a mais na crítica social e em sua narrativa.
*Esta resenha foi enviada pela leitora Luana Patrícia Kessler.