Resenha: Felicidade Conjugal – Leon Tolstói

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Felicidade Conjugal é tida como a primeira obra-prima de Tolstói. Publicada em 1859, quando ele tinha pouco mais de 30 anos, a novela foge ao estilo moralista do autor, tão presente no livro A Sonata a Kreutzer (1891).

A história é dividida em duas partes. Para não falar muito e despertar sua vontade de ler, eu diria que a novela é um mergulho existencial e sentimental na personagem Mária Aleksândrovna. Na primeira parte, a história se concentra na paixão que lhe parecia impossível de concretizar-se com Sierguiéi Mikháilitch, o administrador que era responsável pelos bens da família Aleksândrovna, que já não tinha pai e mãe, e a quem sobrara à Mária apenas a irmã Sônia e a governanta Kátia. A segunda parte dá cabo ao desenvolvimento da relação entre os dois.

Posso afirmar com todas as fichas que o livro é um espasmo de genialidade do escritor, afinal me soa quase impossível que um homem possa mergulhar tão profundamente no universo feminino.

Para encerrar, deixo uma citação:

“Aí está como ele me compreendeu” – pensei, procurando conter os soluços, que me comprimiam. “Está acabado o nosso amor de outros tempos” – dizia-me certa voz no coração. Ele não me se aproximou de mim, não me consolou. Estava ofendido com o que eu dissera. A sua voz era tranquila e seca. (pg. 110).

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