Resenha: Guia Politicamente Incorreto da História da Filosofia – Luiz Felipe Pondé

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Quando vi a capa desse livro (muito bonita por sinal) pensei “vish, lá vem mais um livro complicado sobre filosofia que vai abordar pensamentos complicados desses filósofos da capa”. Então li na orelha do livro alguns pequenos trechos da obra, que sem dúvida foram deixados ali com o propósito de instigar, por exemplo: “O futuro do mundo é ser brega” e “somos basicamente covardes porque a vida é basicamente infeliz”, e fiquei um pouco tocado com essas afirmações (na verdade elas me revoltaram um pouco), assim, comecei a ler o livro pra, quem sabe, discordar com o autor. E quem disse que eu consegui?

Este livro não é um livro de história da filosofia, mas sim um ensaio da filosofia do cotidiano, mais especificamente um ensaio de ironia filosófica que dialoga com a filosofia e sua história, movido por uma intenção específica: ser desagradável para um tipo específico de pessoa (que, espero, seja você ou alguém que você conhece), ou, talvez, para um tipo de comportamente (que, espero, seja o seu ou o de um amigo inteligentinho que você tem). Mas, afinal, que tipo de pessoa? Esse tipo que vive numa “bolha de consciência social” (nunca entendi bem o que vem a ser “consciência social”) sendo politicamente correto, ao que, às vezes, me refiro neste ensaio como a “praga PC”. Se você é uma delas, tenha em mim um fiel e devoto inimigo. Desejo sua extinção. 

Incomodar, tocar na ferida. É justamente a intensão do autor, Luiz Felipe Pondé, nesse livro. Descritos como “ensaios de ironia”, cada capítulo aborda um tema polêmico da sociedade “politicamente correta” em que vivemos. Governos atuais, religião, feminismo, otimistas e outros assuntos são trazidos e analisados por Pondé, todos embasados em grandes nomes da filosofia e em experiências pessoas do autor, com interessantes analogias. Durante as 230 páginas, algumas ideias tidas quase como verdades absolutas pela massa são destruídas pelo autor, sem piedade. A linguagem do texto é fácil e gostosa de acompanhar, chegando a ser divertida, mas sem deixar de ser acusadora, crítica e coerente com os temas que aborda.

Esse livro é ideal para aqueles cansados de apenas escutar e concordar (ou nem tanto) com a opinião geral. Sem dúvida, muita gente ao ler os textos, se sentirá incomodada por se identificar com os “criticados”. Os outros mais céticos, terão um motivo e alguns argumentos a mais pra debater com os bobocas (palavra do autor) da “bolha de consciência social”.

E você, faz parte da “praga PC”?

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